Dear Cupid, next time hit both.









terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Happiness, more or less

Eu ainda tento conter-me nas palavras e não te digo que tive qualquer coisa parecida com saudades tuas. Porque saudade é uma palavra muito pesada, carrega consigo o amor, a dor, nostalgia, passado, recordações, lágrimas, sorrisos. Associo sempre "saudade" a coisas que não volto a ter. Mas os meus gestos denunciam que já sentia um bocadinho a tua falta, quando os meus dedos te roçam os pêlos da barba de cinco dias e se passeiam até à tua nuca e eu encosto o rosto ao teu pescoço para te aspirar o odor da pele. E eu já tenho a certeza que o meu coração começa a bater mais rápido quando te limitas a cravar o olhar no meu e ficas ali, a mão a deslizar pelo meu cabelo e o polegar a desenhar-me os contornos da boca, os lábios entreabertos num murmúrio - "Os teus olhos matam-me...". E eu quero dizer-te que não, que quem me mata és tu e eu acho que tu nem sonhas, que me paralisas e me enches o estômago de borboletas e de receios e que moves o meu Mundo como nunca mais tinha acontecido. E que é bom.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

E eu danço à chuva e penso em ti.

Oh, a vida às vezes é chata, mas depois às vezes é fantástica. Às vezes moem-nos o coração, às vezes perdemos a fé e pensamos "esquece lá isso, nunca vou encontrar uma pessoa que volte a fazer-me sentir aquilo", e depois às vezes aparece alguém como tu e nós pensamos "wow!". E temos medo, sim. Medo de já não sermos capazes, ou medo de estarmos assim a peito aberto. Porque ainda não te abri o meu peito mas planeio fazê-lo um dia, mas e se depois eu não estou no teu? Eu gostava que fosses tu. Estou cansada de procurar, e de inícios (ainda mais) complicados (do que este). O que é certo é que tu me fazes andar à chuva e eu nem quero saber que ela me ensope os ténis novos, ou se pensam que sou tolinha por andar na rua a rir. Fazes ideia? Da quantidade de vezes que me têm perguntado "mas tu ris-te sozinha...?" e que eu tenho respondido "por acaso rio-me sim, e também falo sozinha muitas vezes!". O que eles não sabem é que eu rio para ti e falo contigo na minha cabeça. E digo-te todas as coisas que um dia ainda espero dizer-te, e respondo-te a todas as coisas que um dia ainda espero ouvir de ti. E este é o primeiro texto que te escrevo, e eu espero ainda vir a escrever-te muitos. Porque a vida às vezes é uma chata, mas depois às vezes é fantástica e mete-nos no caminho pessoas como tu.

P.S.: Caso não tenham reparado, o Tardes de Chuva e Chocolate adoptou o espírito natalício. Depois do Dia de Reis há-de voltar ao normal.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Letter to the person that gave you your favourite memory.

Still a little bit of your taste in my mouth
Still a little bit of you laced with my doubt
It's still a little hard to say what's going on...
*
De vez em quando, ainda me permito uns minutos para pensar em nós. No fundo tu acompanhas-me muitas vezes, mas és mais como uma voz no fundo da minha alma, como uma mão que me afaga o coração e não o deixa arrefecer, em vez de me correres no pensamento. Mas de vez em quando, muito de vez em quando, ainda me apetece correr para ti e levar-te comigo, parar o carro à tua porta, buzinar e gritar-te "entra!", tu entravas a perguntar onde íamos e eu dizia-te apenas "vamos para onde éramos felizes", íamos para o nosso sítio e seria tudo como se nunca se tivesse criado este abismo entre nós. Mas isto é só de vez em quando. Porque eu passo a grande maioria do tempo na vida real, aquela em que existe o abismo e tu estás do outro lado. Aquela em que o mundo continua a girar, embora eu ache que, agora, ele gira no sentido oposto. Aquela em que as coisas nunca se encaixam porque me faltas tu, mas que continua a correr - aliás, que corre como nunca. Por isso, de vez em quando, permito-me pensar em nós. Porque a verdade é que, mesmo com o abismo, tu deste-me as melhores recordações que eu tenho. Algumas delas são também as mais dolorosas mas, acima de tudo, são as melhores. Ainda há um bocadinho do teu sorriso que vejo quando fecho os olhos, ainda sinto um bocadinho os teus lábios contra aos meus, ainda ouço um bocadinho a tua voz no meu ouvido e ainda consigo perder-me um bocadinho no conforto em que o teu abraço me envolvia, ainda nos vejo um bocadinho naqueles sítios que eram nossos, as mãos dadas e os rostos colados como se o Mundo fosse nosso. E eu só posso aspirar a um dia voltar a amar assim(embora eu ache impossível que isso aconteça), e ter com alguém uma coisa parecida com o que nós tivemos. E aí sim, eu serei a pessoa mais feliz do Mundo.

#LETTER TO THE PERSON THAT GAVE YOUR FAVOURITE MEMORY

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Hearts are broken everyday


"Todos temos em algum momento um coração partido. Rasgaram-nos a pele sem a mínima contenção pelos estragos que pudessem ser causados. Foderam-nos a razão, a emoção e tudo o que de mais veio à mão. Sem dó nem piedade, deixaram-nos na merda. Somos infelizes naqueles momentos que se seguem. Incapazes de sorrir ou tolerar a companhia seja de quem for. Só nos suportamos a nós, e mesmo assim a custo. Vemos o nosso reflexo no espelho e o que este nos retribui é uma figura pálida, triste e nua que nos olha com aqueles olhos que já nada sentem.
Como é possível que alguém nos mate e mesmo assim nos deixe com vida, com o único propósito de assistirmos a esta merda de existência? Começamos a questionar o que é o amor, o que é a paixão, começamos a racionalizar o porquê, o quando e o como. Não vale a pena, é o que é, foi o que foi. E o que resulta é isto. O nosso reflexo no espelho. Uma figura escanzelada, desprovida de compaixão própria. Mera existência que agora somos.
Achamos que nunca vai acabar. Somos a personificação do sofrimento. Até a um dia. Um dia olhamos para o espelho e vemos um sorriso. Questionamos, o que raio está aquilo ali a fazer. Intrigados sorrimos de novo só para o ver. É genuíno. Temos prazer no sorriso. No dia seguinte descobrimos a razão. Estamos livres. Somos nós novamente. Não há mais dor. Acabou. Não morremos.
Até ao dia. Em que nos tocam e ficamos a olhar para aquela pele que toca na nossa e nos sentimos a sorrir novamente. Merda, e agora? Vamos passar por tudo novamente? Mas agora é diferente, não sentimos dor, mas um sufoco. Questionamos e agimos como parvos que perderam o jeito para andar. Tropeçamos em nós próprios e tentámos a custo aguentarmo-nos. Onde havia dor há agora parvoíce. Mas sentimo-nos vivos. O nosso reflexo ganha cor, ganha existência, sorri-nos de volta."


Tirado daqui. Adorei. Sinto-me parva... cheia de parvoíce.

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Be careful of my heart



Eu já me atirei de um avião. Já fiz mergulho a vários metros de profundidade depois de me terem dito "Sim aqui há tubarões de vez em quando... mas não te preocupes que eles só vêm no Inverno". Não tenho medo de ratos nem de cobras nem da grande (grandeee) maioria dos bichos. Não tenho medo de morrer, simplesmente não tenho. Ou seja, não tenho medo das coisas que a maioria das pessoas teme. Pensava eu. Até me lembrar de outra coisa. Lembrei-me disto hoje, ocorreu-me sob a forma de um pensamento: "Não há nada mais aterrador do que entregarmos o nosso coração." A ideia de o depositarmos nas mãos de alguém é assustadora. Ele fica ali, desprotegido, fora da caixa que é o nosso peito e que sempre o vai protegendo. À mercê da vontade do outro. E isto é simplesmente aterrador. Por muito bonitas que sejam as teorias de que o medo não deve impedir-nos de viver, a ideia de deixarmos o nosso coração, o nosso pobre, remendado e dorido coração de novo nas mãos de alguém é paralisante. Sabemos lá o que aquela pessoa vai fazer com ele? Sabemos lá se não vai deixá-lo cair e pisá-lo sem querer - ou, pior, atirá-lo ao chão e passar-lhe por cima porque nem se preocupou em tratar dele? Ou, pior ainda, muito pior, se a pessoa o devolve porque já não o quer? E depois, o que fazemos com um coração devolvido, usado e encolhido de tristeza e vergonha pela rejeição, destituído de orgulho e do carinho do outro? Cheio de amor para dar, mas um amor que se parece mais com lâminas afiadas a trespassá-lo do que com o calor que o amor deve causar no coração? Pensar nisto de manhã quase me deixou deprimida. Quase. Porque, depois, lembrei-me do resto. É que entregar o nosso coração tem tanto de assustador como de inevitável. Vamos sempre amar. Por muitas voltas que demos, por muito que tentemos evitar, eventualmente aparece alguém que nos pega de novo no coração. Com as duas mãos juntas em concha, e nós deixamos porque não conseguimos não deixar e porque sim, a frase cliché é verdade, o tempo cura e o medo não pode (mesmo) impedir-nos de viver. Pelo menos desta vez sabemos que, se o nosso coração cair de novo, ele vai curar-se. Porque já se curou antes. E entregamos o nosso coração.
E vale a pena.

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Adoro...

... apanhar pessoas a tirar macacos do nariz. Epá, o que eu me rio sozinha!

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Letter to the person you miss the most.

Like the deserts miss the rain.

Até não te ter, eu só conhecia aquelas saudades que temos de coisas que não vão voltar, de coisas que nós não esperamos ter de volta porque isso é impossível. Como aquelas brincadeiras de infância, ou como os nossos avós que já morreram, ou como a nossa professora preferida da escola primária. Esse tipo de saudade boa, porque vem sempre acompanhado de excelentes recordações de coisas que, apesar de terem ficado para trás, nos trazem sempre um sorriso, uma sensação de conforto porque as tivemos. Depois de ti, conheci a outra saudade. Aquela que temos de coisas que não vão voltar, mas que nós desejamos ardentemente que voltem. De coisas que estão no passado mas que na realidade não ficaram para trás, porque as trazemos ainda connosco a cada dia, de coisas que não voltam, não porque não podem, mas porque um de nós assim o quis e hoje é tarde demais para sermos o que fomos. Porque se essas coisas voltassem agora, coisas como as nossas mãos dadas ou a minha cabeça a descansar no teu peito de manhã, seriam só uma milionésima parte do que nós já fomos, e nós nunca iríamos ficar satisfeitos com isso. É como ter o Mundo num dia e depois ficar sem ele e darem-nos meia dúzia de países e ser suposto nós ficarmos contentes com isso - como, se já tivemos o Mundo? Como é que nós íamos ficar contentes com um bocadinho de nós, quando ambos sabemos tudo o que já fomos? Para isso, eu guardo a saudade. Fico com ela, assim, como tenho ficado, sempre no bolso ou no lado esquerdo do peito onde mora o coração que já foi só teu. Esta saudade, aquela das coisas que não voltam só porque as voltas que o mundo dá nos afastaram do que fomos, a saudade com que algumas pessoas aprendem a viver todos os dias e que eu acho que pode fazer parte de nós para sempre. A saudade a sério, a que eu tenho de ti.


#15 LETTER TO THE PERSON YOU MISS THE MOST

domingo, 21 de novembro de 2010

Há uma coisa que me irrita solenemente.

Olhar para o menu de um restaurante e ver a palavra "costoletas". Costoletas?? Isso vem de onde, das costolas?? É alguma parte nova do corpo que eu desconheço? Costeletas, pessoas, c-o-s-t-e-l-e-t-a-s. Das costelas. É simples. Chiça...

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Em modo "Não quero saber"

Não quero saber da música foleira que dá na rádio nem da que os meus cds passam porque, na realidade, não estou a ouvi-la. Não quero saber do quanto canto mal porque eu canto na mesma, alto, e também danço, atrás do volante. Não quero saber das minhas figuras quando tenho os phones nos ouvidos e dou por mim já a cantar em voz alta no meio da sala da musculação do ginásio, e nem me importo que me achem meio maluquinha. Não quero saber se chove ou se faz frio ou sol ou vento ou o que for, porque isso não me altera minimamente o estado de espírito. Não quero saber se já comi um milka e um kit kat hoje, porque engordar é a última coisa que me preocupa neste momento - na verdade, nada me preocupa neste momento. Não quero saber se tenho um trabalho que é uma seca descomunal, porque se começar a divagar em pensamento (e tanto que eu faço isso ultimamente), as horas passam num instante. Não quero saber se só durmo duas horas, se for pelos motivos certos vale totalmente a pena. E nem quero saber dos contornos da tua história, porque às vezes a ignorância é mesmo uma benção, e eu, neste momento, sou feliz a chafurdar na minha ignorância.

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Odeio, odeio, odeio....

... sonhar contigo.
E depois acordar e perceber que tu não estás ali.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Letter #13 - Desculpa, amor.

Desculpa. Sim, é só isto que quero dizer-te agora - desculpa. Eu sei que os teus olhos eram meus e como as nossas mãos encaixavam, bem como os nossos corações - eu sei, amor, eu sei. E, por isso, eu espero que me perdoes. Espero que um dia possas perdoar a coragem que tive para proferir aquelas palavras, para te dar aquele abraço, para te chorar o adeus nos ombros e para, pela última vez na minha vida, encostar os lábios aos teus. Espero que perdoes a força de que precisei para apenas te olhar, quando tudo o que eu queria era enterrar a cara no teu pescoço, inspirar fundo o cheiro da tua pele e confessar-te que afinal sim, que afinal ainda te amava, que afinal eu não queria ser feliz sem ti, que preferia ser miserável contigo. Espero que perdoes todas as vezes em que me tocaste o rosto com as mãos, me dirigiste um olhar triste e eu apenas me afastei, partindo-te o coração mais uma vez, uma e outra vez. Espero que me perdoes não ter conseguido mudar contigo, não ter tido mais fé em nós e não ter visto a tua fé e que ela podia ter sido suficiente, não ter sido capaz de ficar, de simplesmente ficar, de mãos dadas e de olhos postos e para sermos um só. Desculpa, amor, desculpa... Espero que me perdoes, por não ter corrido para ti e não ter sido capaz de sonhar mais alto quando, afinal, sonhar contigo era tudo o que eu queria. Mas eu matei os nossos sonhos. Desculpa, amor. Desculpa...

#13 - LETTER TO SOMEONE YOU WISH COULD FORGIVE YOU

domingo, 24 de outubro de 2010

Ultimamente...

... lembro-me dos sonhos que tenho durante a noite. Pior, acordo a meio deles.

Bela merda, não gosto nada.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Porque as mulheres demoram tanto na casa-de-banho - toda a verdade.

Já tinha lido este texto, há algum tempo atrás, mas entretanto "perdi-o". Hoje, enviaram-mo no facebook (obrigada querida, sabes quem és, o resto dos leitores não precisa de saber :P). Se nunca leram, leiam até ao fim, por favor. Se já leram, leiam de novo! Eu fui às lágrimas de tanto rir quando o li pela primeira vez... As mulheres vão identificar-se e os homens, perceber umas coisas... E, já agora, se alguém souber de quem é o texto, pode partilhar.


*Por que é que as mulheres demoram tanto tempo quando vão à casa de banho?*


O grande segredo de todas as mulheres a respeito da casa de banho é que, quando eras pequenina, a tua mamã levava-te à casa de banho, ensinava-te a limpar o tampo da sanita com papel higiénico e depois punha tiras de papel cuidadosamente no perímetro da sanita.

Finalmente instruía-te: "nunca, nunca te sentes numa casa de banho pública!"
E depois ensinava-te a "posição", que consiste em balançar-te sobre a sanita numa posição de sentar-se sem que o teu corpo tenha contacto com o tampo.
"A Posição" é uma das primeiras lições de vida de uma menina, importante e necessária, que nos acompanha para o resto da vida. Mas ainda hoje, nos nossos anos de maioridade, "a posição" é dolorosamente difícil de manter, sobretudo quando a tua bexiga está quase a rebentar.

Quando *TENS* de ir a uma casa de banho pública, encontras uma fila enorme de mulheres que até parece que o Brad Pitt está lá dentro. Por isso, resignas-te a esperar, sorrindo amavelmente para as outras mulheres que também cruzam as pernas e os braços, discretamente, na posição oficial de "tou aqui tou-me a mijar!".

Finalmente é a tua vez! E chega a típica "mãe com a menina que não aguenta mais" (a minha filhota já não aguenta mais, desculpe, vou passar à frente, que pena!). Então verificas por baixo de cada cubículo para ver se não há pernas. Estão todos ocupados.
Finalmente, abre-se um e lanças-te lá para dentro, quase derrubando a pessoa que ainda está a sair.
Entras e vês que a fechadura está estragada (está sempre!); não importa...
Penduras a mala no gancho que há na porta... QUAAAAAL? Nunca há gancho!!
Inspeccionas a zona, o chão está cheio de líquidos indefinidos e fétidos, e
não te atreves a pousá-la lá, por isso penduras a mala no pescoço enquanto
vês como balança debaixo de ti, sem contar que a alça te desarticula o
pescoço, porque a mala está cheia de coisinhas que foste metendo lá para
dentro, durante 5 meses seguidos, e a maioria das quais não usas, mas que
tens no caso de...
Mas, voltando à porta... como não tinha fechadura, a única opção é segurá-la
com uma mão, enquanto com a outra baixas as calças num instante e pões-te
"na posição"...
AAAAHHHHHH... finalmente, que alívio... mas é aí que as tuas coxas começam a
tremer... porque nisto tudo já estás suspensa no ar há dois minutos, com as
pernas flexionadas, as cuecas a cortarem-te a circulação das coxas, um braço
estendido a fazer força na porta e uma mala de 5 quilos a cortar-te o
pescoço!
Gostarias de te sentar, mas não tiveste tempo para limpar a sanita nem a
tapaste com papel; interiormente achas que não iria acontecer nada, mas a
voz da tua mãe faz eco na tua cabeça *"nunca te sentes numa sanita
pública"*,
e então ficas na "posição de aguiazinha", com as pernas a tremer... e por uma
falha no cálculo de distâncias, um finííííssimo fio do jacto salpica-te e
molha-te até às meias!!
Com sorte não molhas os sapatos... é que adoptar "a posição" requer uma
grande
concentração e perícia.
Para distanciar a tua mente dessa desgraça, procuras o rolo de papel
higiénico, maaaaaaaaaaas não hááááá!!! O suporte está vazio!
Então rezas aos céus para que, entre os 5 quilos de bugigangas que tens na
mala, pendurada ao pescoço, haja um miserável lenço de papel... mas para
procurar na tua mala tens de soltar a porta... ???? Duvidas um momento, mas
não tens outro remédio. E quando soltas a porta, alguém a empurra, dá-te
uma
trolitada na cabeça que te deixa meio desorientada mas rapidamente tens de
travá-la com um movimento rápido e brusco enquanto gritas
OCUPAAAAAADOOOOOOOOO!!
E assim toda a gente que está à espera ouve a tua mensagem e já podes
soltar
a porta sem medo, ninguém vai tentar abri-la de novo (nisso as mulheres têm
muito respeito umas pelas outras).
Encontras o lenço de papel!! Está todo enrugado, tipo um rolinho, mas não
importa, fazes tudo para esticá-lo; finalmente consegues e limpas-te. Mas o
lenço está tão velho e usado que já não absorve e molhas a mão toda; ou
seja, valeu-te de muito o esforço de desenrugar o maldito lenço só com uma
mão.
Ouves algures a voz de outra velha nas mesmas circunstâncias que tu "alguém
tem um pedacinho de papel a mais?" Parva! Idiota!
Sem contar com o galo da marrada da porta, o linchamento da alça da mala, o
suor que te corre pela testa, a mão a escorrer, a lembrança da tua mãe que
estaria envergonhadíssima se te visse assim... porque ela nunca tocou numa
sanita pública, porque, francamente, tu não sabes que doenças podes apanhar
ali, que até podes ficar grávida (lembram-se??).... Estás exausta! Quando
páras já não sentes as pernas, arranjas-te rapidíssimo e puxas o autoclismo
a fazer malabarismos com um pé, muito importante!
Depois lá vais pró lavatório. Está tudo cheio de agua (ou xixi? lembras-te
do lenço de papel...), então não podes soltar a mala nem durante um segundo,
pendura-la no teu ombro; não sabes como é que funciona a torneira com os
sensores automáticos, então tocas até te sair um jactozito de água fresca,e
consegues sabão, lavas-te numa posição do corcunda de Notre Dame para a
mala
não resvalar e ficar debaixo da água.
Nem sequer usas o secador, é uma porcaria inútil, pelo que no fim secas as
mãos nas tuas calças - porque não vais gastar um lenço de papel para isso -
e sais...
Nesse momento vês o teu namorado, ou marido, que entrou e saiu da casa de
banho dos homens e ainda teve tempo para ler um livro de Jorge Luís Borges
enquanto te esperava.
"Mas por que é que demoraste tanto?" - pergunta-te o idiota.
"Havia uma fila enorme" - limitas-te a dizer.
E é esta a razão pela qual as mulheres vão em grupo à casa de banho, por
solidariedade: uma segura-te na mala e no casaco, a outra na porta e a
Outra
passa-te o lenço de papel debaixo da porta, e assim é muito mais fácil e
rápido, pois só tens de te concentrar em manter "a posição" e *a
dignidade*.
*Obrigada a todas por me terem acompanhado alguma vez à casa de banho e
servir de cabide ou de agarra-portas! Passa isto aos desgraçados dos homens
que sempre perguntam "querida, por que motivo demoraste tanto tempo na casa
de banho?" .... IDIOTAS!*

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Letter to my crush.

Querido Rui,

Esta carta serve para declarar oficialmente a minha paixão platónica por ti. Bom, não é oficialmente, porque tu não vais lê-la e, mesmo que a lesses, não saberias que sou eu que a escrevo. A verdade é que tenho este fraquinho por ti desde que te conheci, ainda no liceu, lembras-te? Eu namorava com um dos teus melhores amigos, vi-te uma vez com ele e na vez seguinte sorri-te, e tu foste dizer-lhe que eu era muito simpática. Depois começámos a falar na net, mesmo depois de eu ter acabado tudo com ele... e, por vezes, tornava-se arrepiante. Éramos tão parecidos que dizíamos as mesmas coisas ao mesmo tempo. E depois tu és giro e tens esse sorriso lindo, lindo de morrer... e és simpático, e humilde e nada convencido, e tocas guitarra, e tens um coração enorme e és sensível mas não em demasia, e tens aquela capacidade de te apaixonares por uma rapariga e não ter olhos para mais ninguém, e és ambicioso... e vives do outro lado do Mundo. E eu, eu que tenho esta pancada enorme por ti desde sempre, nunca te disse porque tu estás tão longe que nem valia muito a pena tornar esta coisa real para depois não ser rigorosamente nada. Para isso, eu fico com os meus sonhos - o de que um dia tu vens cá visitar a tua família, combinamos um café e tu apaixonas-te por mim e ficas cá, ou o de que eu vou visitar-te - e vou, juro que vou - e tu apaixonas-te por mim e eu fico aí. Sabes quantas vezes já imaginei como poderia ser o nosso primeiro beijo? Nem te digo, para não teres uma noção de quão ridícula sou, nem da puta da pancada que tenho por ti... E pronto, era só isto, espero sinceramente que não voltes a apaixonar-te até eu voar para aí (egoísta, eu sei, quero lá saber), para depois poderes perceber que a mulher da tua vida sou eu. Ah, e eu não me esqueci de que nós vamos casar se nenhum de nós encontrar outra pessoa até aos 40 anos (agora que penso nisso, fui um bocado estúpida, não podia ter baixado o limite até aos 26?! Duh... Anyway, fingers crossed, espero mesmo que não encontres ninguém até lá...).

Da tua mais sincera, ridícula e eterna (juro, eterna!) platonicamente apaixonada...

Sofia*

#2 LETTER TO YOUR CRUSH

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Eu também não sei, mas gostava de saber...

Jornalista da TVI - Quando o coração não bate, o que é que isso quer dizer?

Menina de 4 anos - Que ele está doente...

Jornalista da TVI - E como é que se cura um coração?

Menina de 4 anos - Não sei...



Pois, olha... eu também não.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Ainda me lembro - Texto para a Fábrica de letras

Hoje apeteceu-me participar, já há muito que tinha vontade de o fazer. Por isso, e porque até diz bem com o título do blog, aqui fica o meu texto para o tema deste mês da Fábrica de letras - "O cheiro da chuva".
*
Ainda me lembro. Quando chovia eras meu, amavas-me cada centímetro da pele morena e sempre arrepiada, sempre a contar com a tua mão. É isso, o cheiro da chuva lembra-me as tuas mãos. As tuas mãos perfeitas e a maneira como se encostavam ao meu rosto, como me afastavam os cabelos dos lábios antes de os beijares, sorrires e murmurares um daqueles nomes bonitos que nunca mais deixei que me chamassem. Agora, limito-me a dizer, com um sorriso trocista: "Não me chames isso, por favor. É foleiro...". Claro que, na verdade, é porque ouvi-lo traz-te de volta e ao modo como aquelas palavras soavam quando saídas dos teus lábios. Ainda me lembro. Do teu riso, de sorrir sempre que te via, ainda ao longe, das borboletas que me esvoaçavam na barriga e de ter sido assim durante muito, muito tempo - mais do que a paixão, supostamente, deveria durar. Mesmo quando eu (já) te amava, tinha borboletas por todo o lado só de pensar em ti. E eu amei-te tanto, tanto. Tanto que já passou um ano e ainda hoje, quando chove, eu vejo sempre o teu rosto, ouço sempre a tua voz, percebo sempre que o teu abraço já está tão longe que mal consigo senti-lo à minha volta. E a chuva... sempre que sinto o cheiro da chuva, voltam as tuas mãos... e aquela tarde, em que encostei os lábios aos teus pela última vez, em que me desfiz em lágrimas e o meu mundo como o conhecia mudou, em que mudei o teu mundo como o conhecia também. Chovia, chovia muito, e nós ficámos abraçados uma eternidade, num adeus que ainda hoje parece que não acabou, porque ainda é atordoante e ainda me aperta o peito sempre que te vejo. Depois desse adeus, fui para a chuva e chorei a apertar o peito com os braços, numa tentativa de me abraçar como tu o fazias, para acalmar a dor, para travar a saudade que começou, nesse momento, a instalar-se no meu peito e que nunca mais me deixou.
Ainda te lembras? Eu não consigo esquecer...

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Odeio não te ter.

Furtado daqui.

"Gostava de conseguir abraçar-te,mesmo que não precisasses de estar comigo.
Gostava só de sentir o meu corpo gelado ir ficando cada vez mais quente e sentir o teu perfume.Odeio não te ter.E odeio ainda mais não te ter por pura incompetência.
Hoje gostava de ter os cinco sentidos num só.Consigo amar tudo o que foi e o que será ainda mais,mas o presente sem ti nem sequer é presente.
É alguma coisa algures entre uma mentira e uma verdade,num impasse constante também,entre a felicidade e a depressão profunda.As pessoas sonham com carros,carreiras,relações de sonho e eu sonho apenas com uma coisa.
Um abraço.
Que coisa deprimente...Viver num mundo com milhões de habitantes e não haver nada que nos compense a falta de um abraço.
É mesmo triste a puta da vidinha.
Dorme bem.
Adoro-te."


E afinal era mesmo isto que eu queria dizer. Só isto.
Odeio não te ter...

domingo, 3 de outubro de 2010

Hoje está a chover, e tu já só me apareces em sonhos.

Hoje está a chover. Está a chover e eu queria-te assim um bocadinho ao pé de mim. O meu coração aperta-se enquanto me lembro da tua voz, com o barulho da chuva a bater nas janelas, e engulo outro sonho daqueles que eram nossos e que nunca tiveram lugar na realidade. Sinto-nos ainda tão perto... Hoje está a chover, e eu tenho outra pessoa com quem ir para um Starbucks qualquer apreciar um Latte de chocolate branco quentinho e a chuva a cair lá fora, num abraço apertado diferente do teu porque é real - e o teu já só me aparece em sonhos. Sim, hoje está a chover, e eu podia ligar-te e pedir-te de volta, podia gritar-te que o Mundo nunca mais girará no mesmo sentido sem nós, que isto foi tudo fruto de uma conspiração qualquer de uma qualquer instância superior ao mais comum dos mortais e que eu quero descer da espiral que a minha vida se tornou sem ti. Eu podia, podia fazer isto tudo, e pegar-te a mão e fugir contigo e fingir, por uma tarde de chuva e chocolate, que éramos tão felizes como antes. Mas em vez disso, vou dar-me a outro abraço, deixar-me levar por outro sorriso, um que seja real porque o teu já só me aparece em sonhos. E dar-lhe a hipótese de me roubar o coração como tu um dia o fizeste (para sempre), e de me pegar na mão e de me cantar ao ouvido e de me dizer aquelas coisas que eu queria ouvir da tua boca que, agora, já só me fala em sonhos. E pensar que podíamos ter sido tanto...

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Will it ever go away?

Ainda penso em ti todos os dias. A verdade é que é mais fácil quando se tem outra pessoa a inundar-nos a mente, a encher-nos a caixa das sms, a ocupar-nos o tempo com saídas e programas a dois e a dar-nos novas (boas) recordações. E também é verdade que não penso em ti quando estou com ele. Mas a outra verdade, aquela que não digo a ninguém, é a falta que tu ainda me fazes e o quanto mudaste em mim. Eu não te superei, não te esqueci, ainda te trago comigo tempo demais ao longo do(s) dia(s). Não consigo dar-lhe a mão, sabias? Ele entrelaça os dedos nos meus e eu sinto-me tão desconfortável que puxo a minha mão, e ele percebe. É que ela costumava ser tua e era na tua que encaixava com perfeição, como se as nossas mãos tivessem sido feitas uma para a outra. Depois, às vezes, ele diz-me "gostava de ir ali!" e eu tenho de lhe dizer que não posso ir com ele, porque aquele sítio me traz recordações, e, mais uma vez, ele percebe que eu iria simplesmente sufocar se voltasse a ir ali, mais ainda se voltasse a ir ali com outra pessoa que não tu. E outras vezes, quando vou pela rua, a pensar em como pode ser bom ter alguém na nossa vida, sinto uma leve náusea quando me lembro que não é contigo que estou, que não é a tua voz que ouço no meu ouvido, que não é o teu riso que ecoa nas minhas noites, que nós afinal não somos nem nunca vamos ser aquilo que fomos, aquilo que, durante tanto tempo (tanto), ainda esperei que voltássemos a ser. Que nos perdemos de vez, que agora sim, é passado, sem qualquer tipo de retorno, sem nada no presente, nem no futuro - nunca mais. E que há ele, mas ele, por muito bom que seja, não é o que tu foste, e eu vou ter de me habituar a essa ideia, a de nunca mais ter o que tive contigo.
Mas, depois, ele faz-me sorrir. Muito. Todos os dias. Isto também é verdade, e eu vou esperando que ele tenha aparecido na melhor altura possível, e não na pior - aquela em que eu só preciso de alguém para esquecer-te...

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Onde vos apetecia estar agora?

A mim apetecia-me (muito) estar enfiada num comboio em Londres. Não sei porquê, lembrei-me disto agora. E vocês? Onde gostavam de estar agora?


Estou tão, mas tão aborrecida. Se for possível morrer de tédio, brevemente vocês vão deixar de ouvir falar de mim. Nem ideias para escrever tenho, tal foi a inércia que se abateu sobre a minha vida. Alguém me dá um estalo, por favor? Alguém me desafia a qualquer coisa interessante? Alguém sugere um tema giro para um post? Propostas sórdidas aceitam-se. Força, vá!

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

É por isto.

Porque ele me faz sorrir todos os dias sem excepção, mas tu ainda me fazes desaparecer o sorriso do rosto. Porque eu não penso (muito) em ti quando estou com ele e ele me diz coisas que eu nunca tinha ouvido de ninguém, mas depois penso nas coisas que tu me dizias e que eu também nunca tinha ouvido de ninguém. Porque é como se ele estivesse a ocupar o teu lugar e eu não consigo abrir mão de ti, porque o adeus não se diz de um dia para o outro, demora, demora muito. Porque, no fundo, se tu voltasses, eu seria estúpida o suficiente para seguir o meu coração e cair-te nos braços, prontinha a tapar as feridas com pensos rápidos que, mais cedo ou mais tarde, iriam cair - e nem me importava, porque serias tu, seríamos nós. Porque não é culpa dele, nem sequer minha, és tu - tu, que estás ainda debaixo da minha pele ao ponto de eu não conseguir senão sentir-te, que me fazes ter o coração do tamanho de uma formiga, que me aceleras a pulsação quando apareces no visor do meu telemóvel, tu, cuja voz nunca deixa os meus ouvidos, cujo sorriso nunca me abandona o peito.
Porque o meu coração está desfeito, porque estes últimos meses deram cabo de mim, porque não consigo estar com uma pessoa que gosta de mim sabendo que, no fundo do meu coração, eu ainda te amo, e que ainda acho que nunca nada vai ser como tu. Não é justo.
É por isto.

domingo, 19 de setembro de 2010

Da beleza exterior - que conta sempre.

A presença recente de uma pessoa na minha vida tem-me feito pensar nisto: no que respeita a relações, até que ponto a beleza exterior conta? Eu espero que ninguém seja hipócrita o suficiente para dizer que não conta nada. Conta sempre. Mesmo que não façamos questão de ter uma pessoa linda de morrer ao nosso lado, se pudéssemos escolher entre uma pessoa com todas as características que queríamos e sem o bom aspecto, e uma pessoa com todas as características que queríamos e com muito bom aspecto, todos nós escolheríamos a segunda opção. Logo, o aspecto conta sempre um bocadinho. Até porque tendemos, antes de mais nada, a sentirmo-nos atraídos por pessoas fisicamente atraentes. Todos nós suspiramos por um Dr. Shepherd, ou por uma Eva Longoria, ainda que não nos ocorra que podemos realmente ter uma pessoa assim. A questão, portanto, não é se o aspecto importa, mas até que ponto importa. E se encontrarmos uma pessoa que tenha uma série de características daquelas que sempre quisemos na pessoa com quem estamos, e essa pessoa não for especialmente bonita? Será que o aspecto físico anula tudo o resto? Pode parecer extremamente fútil dizer isto, mas será que faz assim tão pouco sentido...? Se eu conhecer uma pessoa que tenha quase tudo o que eu quero (beleza incluída), mas tiver uma mentalidade quadrada, eu não consigo estar com essa pessoa. O mesmo para a ausência de bom humor, para a mania da superioridade, para a falta de inteligência. Se uma pessoa tiver tudo o resto, mas se só disser asneira quando abre a boca, eu não estou com ela. Uma só característica negativa pode estragar tudo o resto. Por que motivo não há-de fazer sentido que isso se aplique também ao aspecto da pessoa? O aspecto importa para mim, na medida em que eu preciso de me sentir atraída pela pessoa com quem estou. Preciso, não porque quero, não porque é giro - preciso. Porque sonhar com os lábios ou os olhos da outra pessoa faz parte de estar apaixonado, porque o sexo é uma parte essencial numa relação e sem atracção não funciona. Portanto, se eu dispenso uma pessoa porque ela tem tudo o que eu quero mas, por exemplo, não sabe rir-se da vida, não vejo por que razão não é igualmente válido eu dispensar uma pessoa porque, apesar de ela ter uma série de coisas que eu quero, não tem uma outra coisa que para mim também é essencial. No entanto, já namorei com uma pessoa que não era nada bonita. O tipo de pessoa que faz com que os outros olhem para nós e pensem "Mas o que é que uma gaja daquelas faz com um gajo daqueles?". É certo que eram outros tempos e eu era uma pessoa diferente, mas aconteceu e funcionou por muito tempo. Seremos pessoas assim tão horríveis se não conseguirmos gostar mesmo de uma pessoa por ela não ser agradável à (nossa) vista? O que acham disto?

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Forever and (n)ever

Haverá sempre dias em que o meu coração está apertado desta maneira. Em que a minha alma está partida, em que a urgência de te ter por perto me estreita a garganta ao ponto de mal conseguir respirar. Hoje é um deles. Percebi por que motivo não arrumo as minhas gavetas há meses - elas estão repletas de recordações tuas. Caixas de presentes que te dei, que me deste, papéis de embrulho, fotografias, até autocolantes com piadas só nossas - quem me manda ter esta mania de guardar tudo? Por cada coisa que encontrava, sentia-me levar um murro no estômago. Até que desisti. Ficou tudo lá, tudo na mesma gaveta. Não consigo tirar-te das minhas gavetas, quanto mais do meu peito... Hoje só te queria comigo. Só isso, ter-te comigo, ter os nossos risos fáceis, o teu abraço confortável em que o meu corpo encaixava como em nenhum outro, o teu rosto cheio de luz como ele costumava ser. Apetecia-me voltar atrás no tempo e fazer tudo de novo, voltar a saborear cada momento, só para te ter mais uma vez perto de mim. Agora que dissemos adeus de vez, isto são só devaneios meus. São só coisas que eu não vejo tornarem-se reais, porque sei que nunca vão sê-lo e é melhor assim. São só apertos no coração quando me lembro do teu nome. Eu sinto a tua falta. Sei que tu também sentes a minha, e eu nunca vou sequer começar a dizer-te isto tudo que tenho no peito, embora tu saibas de cor aquele canto que tem o teu nome e de onde tu nunca vais sair - eu nunca o irei deixar.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Love is what you gave me throughout the years*

Não sei o que dizer-te. Estar ali contigo, ter os teus braços à minha volta, sentir o teu cheiro outra vez, pressionar os meus lábios contra os teus enquanto as lágrimas me rolavam indiscriminadamente pelo rosto. Ter ainda um bocadinho de vontade de mandar tudo às urtigas e de ficar contigo, contra todas as chances de sermos (in)felizes. E ouvir da tua boca as palavras que eu não consegui dizer.

- Tu estás a sofrer... não tens estado bem e eu assim também não. As coisas acabaram como acabaram... Já passou muito tempo, e já aconteceram muitas coisas... acho que se fosse para acontecer alguma coisa, já tinha acontecido... Mas a verdade é que nos reaproximámos algumas vezes e nunca voltámos a estar realmente juntos, e isso aconteceu por algum motivo. Talvez se não tivesse passado tanto tempo, se não tivesse acontecido tanta coisa... não sei... Mas assim... acho que isto é o melhor. Eu nunca vou esquecer-te e tu nunca vais ser-me indiferente, e eu vou estar sempre aqui para ti, sempre.
- Só não deixes de ser meu amigo... Eu preciso de ti por perto - murmurei, com a voz embargada.
- Nem tu minha amiga... Não te afastes outra vez, está bem?

Beijar-te uma e outra vez, saber que seriam as últimas. Desta vez a sério, as últimas. Que, depois daquilo, eu estaria livre para o que quer que fosse, que seria altura de esquecer-te outra vez, agora de vez. Limpar as lágrimas, pressionar os meus lábios contra os teus com força uma última vez e ver-te a saíres do carro. Respirar fundo, com um misto de alívio e melancolia a apertar-me o peito. E depois, depois ligar o carro e deparar-me com uma das nossas músicas, uma das que já raramente passa na rádio, de tão fora de moda que já está. Desatar a chorar e a rir ao mesmo tempo, enquanto arranco. Não sei o que dizer-te, amor... excepto, talvez, adeus...

E hoje tive de falar contigo sobre um assunto importante, e quando saio de ao pé de ti e ligo o carro está a dar a mesma música. Quais são as probabilidades...?

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

How can you mend a broken heart?

O facto de ter passado um ano, juntamente com a quantidade de pessoas que conheço a passar por situações semelhantes, pôs-me a pensar nisto. Como se cura um coração partido? Eu sei que é possível, sei que se cura, porque já o testemunhei. Já vi um coração desfeito curar-se, bem perto de mim. Mas nunca percebi como isto acontece. Sei que a dor vai passando, as feridas vão cicatrizando, vai custando cada vez menos. Mas e a saudade? O que se faz com a saudade? O que se faz com todas aquelas recordações que nos acompanham no dia-a-dia? Sempre li que, quando o coração se nos parte desta maneira, há certas coisas que devemos fazer para o ajudar a curar-se. Devemos sair, ver sítios diferentes, estar com amigos, conhecer pessoas novas. Bom, se me perguntarem, antes de mais nada eu acho que devemos ficar tristes. Bolas, acabámos de ter o coração desfeito em pedaços, devemos pelo menos isso a ele e a nós próprios - ficar tristes e chorar, chorar, chorar. O quanto for preciso e sempre que for preciso. Não rimos também quando estamos contentes? Então porque não havemos de chorar quando temos razões para estar tristes? Mas e depois? Quando já não choramos todo o santo dia, quando saímos, quando conhecemos pessoas, quando fazemos isso tudo? Quando seguimos em frente, quando até podemos dar a oportunidade a outras pessoas de nos entrarem peito adentro - quando fazemos isso tudo e, mesmo assim, o coração não se cura? Quando mesmo assim ele sufoca quando passamos naquele sítio, quando evocamos aquela imagem, quando ouvimos aquela canção? Eu ainda penso em ti todos os dias, sem excepção. Por todos os motivos, por motivo nenhum. Passou um ano e as saudades ainda tomam conta de mim tantas vezes. Que raio posso eu fazer mais? Além de esperar, de seguir, de te afastar, de (nos) perdoar, de sair, de rir, de (sobre)viver? Tem de haver mais alguma coisa que eu possa fazer. Como se cura um coração que (ainda) é teu, que (ainda) tem o teu nome? Que em tempos esteve nas tuas mãos, indelevel e irrevogavelmente... Como se faz?

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Never fade from my mind.

Eu tentei deixar o dia passar em branco. Tentei, porque as recordações se afiguravam dolorosas demais para que eu conseguisse passar pelo dia com elas. Ignorei o hall de entrada, a imagem dos nossos corpos ali, de pé, colados um ao outro naquele abraço, com as centenas de lágrimas a escorrerem-nos pela cara abaixo, com o adeus que nenhum dos dois queria suspenso nos lábios. Ignorei o sofá, onde começou o fim, mentalizei-me de que era apenas um sofá como tantos outros e que ia continuar ali, no mesmo sítio, todos os dias. Ignorei isso tudo e estava a passar pelo dia. Mesmo quando estive contigo. Mesmo quando te olhei e tive a certeza de que o problema não é as pessoas que encontro terem os defeitos que têm - porque tu também os tens. O problema é, simplesmente, essas pessoas não serem tu. Se me perguntasses agora o que quero, eu dizia-te. Dizia-te que nos queria de volta ao que éramos há muito, muito tempo atrás. Dizia-te que queria saber ler-te a alma para saber o que vai nela, ou, já que isso é impossível, queria que mo dissesses. Queria que, há bocado, no momento em que te acenei e disse "adeus", tu tivesses tido um acesso de loucura (de sanidade?) e tivesses corido atrás do meu carro, que tivesses batido no capô até eu parar, que me tivesses aberto a porta e obrigado a sair, e que me dobrasses para trás enquanto me seguravas nos teus braços e me beijavas, como se vê nos filmes. E que dissesses que passaram 365 dias e tu não aguentas nem mais um sem mim. Era isso que eu queria. Também queria que soubesses que, se fizesses isso, eu não ia resistir. Que por ti, e só por ti, estava disposta a abdicar de uma série de coisas, se tu me dissesses que podias tentar mudar, que só me querias de volta, que também nos querias como éramos, outra vez. Mas mais do que isso, queria que não tivesse já passado um ano, que não estivéssemos já tão distantes do que fomos. Ou então queria que tivessem já passado cinco anos, para estarmos mesmo longe, para já não doer, para eu já não te amar, para este dia já ser igual aos outros, para eu já nem reparar nele no calendário. Sim, eu queria já não te amar tanto. Queria que não tivesses levado tanto de mim, que a minha alma não estivesse partida e que os nossos corações não estivessem ainda um no outro. Mas em vez disso, tu disseste aquilo que me fez chorar. Hoje, que faz um ano, e não cinco, nem dez, nem o que for preciso para eu te esquecer. E tu não mudas, pois não? E eu ainda te amo, e a minha alma está partida e mais ninguém é como tu. E o tempo não volta para trás, e o meu coração ainda é (sempre só) teu. E nós nunca vamos ser como dantes...

#7 LETTER TO YOUR EX-BOYFRIEND/GIRLFRIEND/LOVE/CRUSH

domingo, 5 de setembro de 2010

Afinal estou viva.

E a vida é feita destas coisas. De bebedeiras que nos deixam a fazer as figuras mais parvas em pleno Bairro Alto e deixar o telemóvel no meio da estrada e tirar fotografias com franceses que não conhecemos. De ficar na praia a tocar guitarra até às 3h da manhã. De idas de comboio para o Porto e de voltas no mesmo dia. De paragens a meio de uma viagem longa em pleno mês de Agosto só para vestir o biquini atrás de uma árvore e dar um mergulho rápido num canal de rega e nadar com isto como paisagem.






Se me perguntarem se sou feliz o tempo todo, a resposta é óbvia - claro que não. Porque a felicidade a tempo inteiro não existe. Mas existem estes momentos, e é isto que é a felicidade. Não é um objectivo, é o que se encontra pelo caminho... Be happy :)

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

É só para avisar que...

... se não voltarem a ter notícias da minha pessoa, possivelmente fui desta para melhor devido a um coma alcoólico auto-induzido. Medo desta noite. Muito medo!!

Ah... e bom fim-de-semanaaa!! ;)

terça-feira, 31 de agosto de 2010

I wish that we could give it a go... see if we could be something.

Não sei o que nos aconteceu, amor. Para onde foram as canções? Para onde foram os nossos minutos, o que aconteceu aos silêncios que gritavam mais amor do que quaisquer palavras? Lembras-te de nós assim? De quando os teus nós dos dedos me roçavam o rosto e eu sorria? E depois eu via tudo nos teus olhos... Para onde foi isso tudo? Para onde fomos nós, amor? Por que razão tivemos de mudar tanto? Apetece-me voltar atrás e dizer-te sim, voltar àquela noite em que só me querias de volta e ceder, ainda a tempo de evitar que tu fosses isto que és agora. Queria-nos de volta, tanto, tanto. Que voltássemos a dar as mãos e a deixar a magia acontecer, que voltássemos a ser almas gémeas, que ainda só fizéssemos sentido juntos e nunca de outra maneira. Quem me dera que voltasses apenas a aquecer-me o coração, só isso, sem tudo o resto. Era a tua simplicidade e a luz do teu rosto que me prendiam ao teu lado, que me tiravam os pés do chão, que me arrancavam sorrisos a cada momento. E agora?

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Sabem aqueles dias em que estão fartos de tudo?

Hoje é um deles. Estou farta de uma data de coisas. Estou farta de ter tirado um curso e de não ter emprego na minha área, de ter de procurar trabalhos só para não estar em casa sem fazer nada, de ter de aceitar trabalhos que não me preenchem nem me realizam minimamente porque preciso do dinheiro. Estou farta de não saber o que fazer com a minha vida pessoal, de não saber o que sinto, de não querer o que posso ter e de não ter o que realmente quero, de não saber o que fazer, que caminho seguir, que decisão tomar, ou se devo sequer tomar alguma decisão. Estou farta da puta da dor de cabeça com que acordei hoje e que não passa nem por nada, estou farta de não ter ainda chegado a nenhum dos sítios em que já me imaginava por esta altura, estou farta de não ter uma família que se possa sequer chamar família, e de ter tão poucos amigos que me conheçam e com quem possa realmente contar. Estou farta de ver os dias passarem e sentir que não faço nada com eles, farta de me sentir inútil e de não fazer nada da vida, e muito, muito farta de estar farta de tanta coisa.

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

It was so long ago... but I still got the blues for you.



Ouço esta música vezes sem conta - cliquei no repeat. É o dia de hoje... 27 de Agosto. Há cinco anos atrás, estávamos na praia, com outro casal nosso amigo. Apenas a umas horas de nos tornarmos uma parte intrínseca um do outro, apenas a umas horas de começarmos a nossa história. Tinhas feito de propósito, contaste-me mais tarde, e eu ri-me. Tinhas feito de propósito para ir um casal e nós os dois, como se fôssemos já um casal também. Eu ri-me, e hoje sinto a falta de ter alguém que faça de propósito para ser um casal comigo, sem que eu sequer me aperceba, de alguém que me cative assim, aos poucos. Já tinhas feito o mesmo no cinema, depois ali. Resultou... Dali a umas horas, tu irias perguntar-me em que estava eu a pensar, eu iria responder e perguntar-te o mesmo, e tu irias mostrar-me em vez de mo dizeres. E eu iria sentir os teus lábios pela primeira vez, os lábios a que nenhuns outros se igualaram até hoje, até este preciso momento, em que te escrevo pela milionésima vez. Eu só queria tudo como antes. Queria aquelas certezas todas que tinha quando me olhavas, queria que não me deixasses duvidar. Queria voltar atrás e impedir-nos de dizer todas aquelas palavras com que nos magoámos, atirar-nos à cara o que fomos e aquilo em que estávamos prestes a tornar-nos, queria que tu não mudasses e que eu não tivesse mudado também. Queria continuar a ser aquela idiota chapada completamente apaixonada por ti, que sentia borboletas na barriga quando te via, mesmo que te visse todos os dias. Queria que me tirasses os pés do chão com um gesto qualquer e me fizesses apaixonar-me por ti outra vez, que me fizesses ver que as coisas más não superam, de forma nenhuma, as coisas boas que tivemos. E eu podia sair daqui, sim, podia parar de ler o que te escrevi, de ver as nossas fotografias, de ler as mensagens que ainda não tive coragem de apagar e podia, acima de tudo, tirar esta música do repeat. Mas hoje era o nosso dia... foram tantos anos a dar-te os parabéns neste dia, a celebrá-lo contigo, e eu sei que tu também te lembras. Por isso, hoje fico triste. Amanhã logo volto a fingir. Que está tudo bem, que sei o que quero, que só faço o que é melhor para mim, que não te sinto a falta, que te quero feliz mesmo longe e com outra pessoa. Minto, sabias? Eu não sei o que quero e muito menos o que é melhor para mim, eu sinto-te a falta todos os dias e eu quero-te comigo. Mesmo que ficasses miserável, e eu também, eu quero lá saber - eu queria-te só para mim. Não te quero em mais ninguém, de mais ninguém, não quero mais ninguém nos teus braços, porque tu prometeste que eles seriam só meus. E eu bem sei que quebrei a promessa de ficar contigo para sempre, mas eu continuo aqui, e só queria que soubesses. Não quero dizer-te, quero que tu saibas. Que o leias nos meus olhos quando eles se fixam nos teus, que o percebas na maneira como te pouso a mão no ombro, que o percebas nos asteriscos das sms que te envio, eu sei lá. Quero uma data de coisas impossíveis e irrealistas, e hoje nem me importo com isso, dou-me o direito de querer isso tudo, porque hoje era o nosso dia. Amanhã logo finjo, logo tenho a minha sanidade mental de volta. Por hoje fico aqui, a ver fotografias, a ler mensagens e com esta música no repeat. A desejar coisas estúpidas, como voltar atrás no tempo ou que tu me apareças com um ramo de rosas e me digas "Parabéns, princesa". Era o suficiente...

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Did I say that I need you? If I didn't I'm a fool, you see... no one knows this more than me.

Isto foi o que eu te disse:
- Então até logo.


Isto é o que eu gostava de ter-te dito:
- Gostei de estar contigo. Já tinha saudades do meu melhor amigo... Ultimamente não me pareces tu. E tu fazes-me falta... mas o tu que costumavas ser, não o que tens sido... Fazes-me falta. És muito importante para mim, e eu sufoco só de imaginar a minha vida sem ti, ou sem aquilo que tu eras, como ela tem sido ultimamente. Só queria que soubesses...
E pronto. Era só isto.

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Still I can't escape the ghost of you...

Estou na nossa praia outra vez. Sem ti, pela primeira vez sem ti. Caminho em direcção ao nosso sítio, com passos decididos, sem tirar os olhos do chão. Sigo sempre à beira-mar, pé ante pé, sem pensar muito no que estou prestes a fazer. Evito os olhares alheios, ignoro os virares de cabeça, os comentários a que costumo responder - estou a caminhar em direcção a nós, ao nosso passado, ao ponto em que tudo começou, e isso faz tudo o resto parecer insignificante. Enquanto ando, penso que fiz bem em esperar até poder ir ali sozinha; já todos tinham ido caminhar e passado ali, mas eu não pude fazê-lo. Não podia ignorá-lo, passar por ali como se não fosse nada de especial, mas também não podia partilhar com outras pessoas aquele pedaço de areia que foi só nosso num fim de tarde como este, há cinco verões atrás. À medida que me aproximo, sinto o coração a bater mais rápido e a garganta a estreitar-se, numa espécie de aviso, da parte do meu coração, de que se avizinha algo realmente doloroso. Quando percebo que cheguei, paro e levanto os olhos antes que perca a coragem para fazê-lo. Continua tudo igual, tudo como naquele Verão. Por momentos vejo-te ali, encostado à muralha, e entro em pânico ao pensar que estás mesmo ali, que partilhaste aquele sítio com outra pessoa. Mas depois percebo que não és tu. Não consigo fixar o olhar na areia mais do que alguns segundos, não consigo percorrer ao pormenor o trajecto que fizemos depois de mãos dadas naquele dia. Sou ferozmente assolada por momentos, por recordações esmagadoras. Sinto-me como se me tivessem, literalmente, arrrancado o coração do peito. Viro-me de costas para as nossas recordações, de frente para o mar azul, fecho os olhos e respiro fundo. No total, passaram apenas uns dois minutos desde que estaquei ali, mas eu decido que já chega e dou início ao caminho de volta, já com o queixo a tremer. Percebo que, por algum motivo, precisava de fazer aquilo. Estive ali, onde tudo começou, onde pela primeira vez te vi com um semblante sério e te ouvi dizeres-me "És linda, sabias?" enquanto me acariciavas o rosto e me seguravas nos teus braços. E estou inteira. Doeu como tudo, mas ainda estou inteira. Isso fez-me ter duas certezas. Talvez um dia voltemos a partilhar momentos como aquele, ali ou noutros sítios, talvez um dia tenha sítios novos com outras pessoas e aquele já só me faça sorrir, ou talvez nunca consiga realmente voltar ali sem sentir o coração despedaçar-se enquanto penso em ti, mas ao menos já sei que sobrevivo. A ti, a tanto de nós. A outra certeza? É simples, e gostava que soubesses... Eu ainda te amo.

domingo, 15 de agosto de 2010

És presença constante nas folhas do meu caderno.

Jogo o melhor que consigo com os dados que tenho. É inexorável a tua ausência, inelutável a tua constância, inconstante a tua permanência no pouco que me resta de nós. Marcaste-me cada segundo de cada dia, de cada ano, e sinto-te a falta como se de água se tratasse. Lembro-me de ti, ou melhor, não te esqueço, manténs-te em cada nota da desarmonia que sou eu. Fazes-me falta. Às mãos, aos traços, às noites. Fazes-me falta. E as cartas que te escrevi, meu amor, marcaram-me os impasses nas instâncias de te rever. És presença constante nas folhas do meu caderno. Escrevo-te, letra a letra, passeias-me pelos dedos até caíres nas linhas onde pouso a caneta. É-me imprescindível olhar em redor, olhar as paredes, sentir-te sem te ver. Este quarto tem-te por todos os lados, o suficiente para quase te respirar a ausência. Vou jogando o melhor que consigo com as cartas que tenho. Vou dizendo o teu nome... És presença constante nas folhas do meu caderno.

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Porque....

Porque estamos sempre tão longe e tão perto. Porque tu dás um passo em frente e a seguir fazes-me dar dois atrás. Porque quando eu acho que sim, tu fazes qualquer coisa que me faz ter a certeza que não, e quando eu tenho a certeza que não, tu fazes qualquer coisa que me faz achar que sim. Porque sem querer me dás certezas que depois deitas por terra com um gesto estúpido o suficiente para que nem te apercebas dele. Porque eu estou (sou) uma confusão. Porque tu tornas tudo tão simples e tão complicado, tão cor-de-rosa e tão cinzento. Porque eu continuo à espera daquele gesto que ia mudar tudo e que nunca vem. Porque tu já não és tu, eu já não sou eu e nós nunca mais fomos (nem vamos ser?) nós.

É por isto.

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Once I ran to you... now I run from you

Há vezes em que me apetece tanto fugir... De ti, de nós, de tudo o que te traz até mim. Nem que seja só por uns minutos. Ir para um sítio meu, só meu, em que tu não estejas. Mas isso é impossível... Todos os meus sítios preferidos foram descobertos contigo, ou então partilhados contigo, e por isso eles estão impregnados de recordações tuas. Neles, é impossível não te pensar, não te sentir, não nos rever ali, há alguns meses ou mesmo anos atrás, juntos e felizes, tão felizes. Por isso, quando quero tirar-te um bocadinho de mim, corro. Como se estivesse a fugir. Corro no mesmo sítio onde corria contigo, no mesmo sítio onde corríamos juntos e onde rimos tantas vezes, onde me fizeste andar de bicicleta com a certeza de que, dessa vez, eu ia gostar - odiei, claro, como já sabia que odiava, mas valeu a pena pelo momento partilhado contigo. Corro no mesmo calçadão, com a mesma paisagem, mas agora sozinha. Concentro-me apenas no som compacto dos meus ténis a baterem no solo, e na música, sempre no máximo, ao ponto de me ferir os ouvidos, para que não consiga sequer ouvir os meus próprios pensamentos. Corro, de olhos fixos no chão ou no horizonte, com a mente vazia de imagens, de cheiros, de vozes, de ti - a maior parte das vezes, vazia de ti. Às vezes, porém, é mais difícil tirar-te de mim, tirar o teu rosto da minha mente, tirar a sensação dos teus dedos da minha pele, libertar-me da recordação do meu corpo envolvido nos teus braços. Da última vez, por causa disso, quase corri até à exaustão. As minhas pernas fraquejavam, já tremiam, mas eu continuava a ordenar-lhes mentalmente que corressem, enquanto os White Stripes me berravam aos ouvidos "...and now I'm talking to myself out loud because I can't forget....". Não conseguia esquecer (-te), tão simples quanto isso. E precisava de outras sensações que não aquelas provocadas pelas recordações de nós, do teu toque na minha pele, da tua voz no meu ouvido, nem que isso implicasse uma dor excruciante nas pernas e no coração que já avisava não aguentar mais. Parei quando as minhas pernas atingiram o limite e me atiraram ao chão. Caí de joelhos e apoiei as mãos no chão, sem forças, a respirar com dificuldade. O ar passava-me na garganta a uma velocidade estonteante, a fazer um barulho estranho, ora grave, ora agudo, conforme eu expirava ou inspirava. O coração galopava, a querer saltar-me do peito, o sangue pulsava-me com força nas veias do pescoço e a cabeça latejava. Ocorreu-me que, se alguém me visse assim, pensaria que estava a ter um ataque qualquer e chamaria uma ambulância. Com esforço, levantei a cabeça e olhei em volta, mas não havia ninguém. Era de noite, estava frio, e ninguém vai para ali correr àquela hora. Assentei um pé no chão e uma mão no joelho, numa tentativa de me levantar, mas assim que comecei a fazer força senti uma tontura que me atirou de novo ao chão. Voltei a ficar de joelhos e baixei a cabeça até pousar a testa no chão, esforçando-me por acalmar a respiração. "Ao menos já não te sinto em mim", pensei, não naquele momento, não por mais uns minutos. Sentia as dores, as pernas a tremer, o ar rarefeito, o coração a palpitar brutalmente, as gotas de suor a descerem-me pela cabeça, até à testa, de onde pingavam para o chão, mas nada de ti, nada do teu abraço quente, nada do teu sorriso. Quando já conseguia respirar sem ruído, voltei a tentar levantar-me devagar. Já de pé, olhei para o relógio e constatei que corri cerca de uma hora, mais do que o normal. Olhei para trás, estimando que corri perto de dez quilómetros. Cambaleei até ao muro mais próximo, para fazer alguns alongamentos, embora soubesse que no dia seguinte mal conseguiria mexer as pernas. No fundo, esperava estar cansada o suficiente para, pelo menos naquela noite, não voltar a sentir-te em mim. Porque já sabia que, no dia seguinte, tu ias estar em mim outra vez. Como sempre, como estás sempre que eu acordo...

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

I feel like I'm falling for you... but I'm scared to let go.

Escrito ao som desta música. Ouçam enquanto lêem... e agora sim, bom fim-de-semana*



Às vezes penso na maneira como nunca mais consegui entregar-me a ninguém. É como se uma parte de mim nunca saísse, a parte que só te mostrava a ti. Se a mostrasse a mais alguém, seria como se estivesse a trair-te, a trair o que nós tivemos. De qualquer forma, não é como se eu pudesse controlá-la... ela simplesmente não sai. Só quando estou contigo, e aí é tão simples que nem tenho de tentar mostrá-la. Porque essa parte é só para quem mora no meu coração. E às vezes tenho a certeza de que simplesmente nunca vou poder abrir o meu coração assim a mais ninguém, porque tu estás nele. Tu vais estar sempre nele, vais sempre morar neste canto do meu peito onde, por enquanto, não cabe mais ninguém. Onde eu acho que nunca vai caber mais ninguém. Tu moras em mim, habitas cada centímetro da minha pele. Passou quase um ano e tu ainda estás tanto em mim, ainda me aqueces tanto o coração, ainda me embargas a voz com a tua. E eu tenho tanto medo... e se eu te perco? Se eu não me apercebo a tempo do quanto te preciso? Se eu não te digo a tempo, se tu vais embora de vez? E se eu estou errada e te magoo outra vez? E se eu ainda estou apaixonada por ti? E se outra pessoa ocupa o meu lugar? Eu ainda te quero, eu ainda te quero tanto... sabias? Que ainda povoas os meus sonhos, que ainda me ocupas os dias, que é o teu nome que ouço e o teu rosto que vejo quando observo a chuva através duma janela? Queria tanto dizer-te, poder apenas dizer-te que ainda me afagas o coração com o teu sorriso, que nunca te esqueci, que não há como esquecer-te. E que só espero um gesto teu para esquecer tudo o resto, para me atirar para os teus braços e me abandonar ao amor imenso que ainda trago no peito. Queria voltar a cantar-te daquelas canções, lembras-te? Aquelas que nos levavam de mãos dadas a sítios só nossos... aquelas que nos tornaram como nós fomos. Se existirem almas gémeas, tu és a minha, disso eu nunca duvidei. Pelo menos és uma delas. Tenho contigo uma ligação estranha desde o início, que nunca tive com mais ninguém. Lembras-te das mensagens ao mesmo tempo, de falarmos ao mesmo tempo, de pensarmos nas mesmas coisas ao mesmo tempo? Às vezes nem precisamos de falar... às vezes dá uma música e os nossos olhares cruzam-se e um misto de saudade, desejo e tristeza atravessa-nos a ambos o olhar, que em seguida desviamos para o chão. Bolas, eu ainda te amo tanto. Não passa, pois não? Nunca vai passar. Sei-o pela maneira como a tua mão aperta suavemente a minha cintura quando me cumprimentas, pela maneira como os teus lábios pousam um beijo na minha bochecha, pelo teu olhar a atravessar o meu, sempre a ler-me os pensamentos, sempre a saber que ainda te quero. Nunca passa, sei-o agora melhor do que nunca. Passou quase um ano... e isto não passa. Abranda, às vezes esconde-se, mas nunca passa. Afinal... como se faz passar o amor?

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Did I say that I want you?

Há tantas coisas que ainda não deixaram de acontecer. Eu ainda sonho contigo, sabias? Ainda sonho acordada e imagino-nos juntos, num final feliz qualquer que não teve oportunidade de chegar. Ainda sonho com o nosso futuro... dizem-nos para não vivermos no passado, e eu não vivo, vivo antes algures entre um presente sem ti e um futuro que crio enquanto sonho de olhos abertos. Eu ainda nos imagino juntos, na nossa casa, na nossa cozinha espaçosa e simples, sem televisão, como sempre dissemos que seria, porque não queríamos ser um daqueles casais que não fala sobre o seu dia à hora da refeição. Vejo-me encostada à bancada, a cozinhar, a ensinar-te a fazer mais um prato, e tu atrás de mim, com os braços à minha volta, sempre atento e carinhoso, sempre a tua voz no meu ouvido a chamar-me princesa (a única que alguma vez admiti chamar-me alguma coisa sequer parecida com isso), sempre os teus lábios a deixarem beijos na minha bochecha e nos meus ombros. O rádio teria de estar ligado e eu ia dançar enquanto cozinhava, e tu rias-te e alinhavas de vez em quando, arriscavas um ou outro passo de dança desengonçado, pegavas em mim e balançávamos ao som da música, eu beijava-te e virava-me de novo para o fogão. Depois iríamos comer enquanto conversávamos sobre o nosso dia, ou enquanto ouvíamos o silêncio, porque eu sinto a falta disso, porque nunca tive silêncios tão confortáveis como os que tinha contigo. Mas isto é só enquanto eu sonho, porque depois acordo e as nossas diferenças estão todas lá, marcadas, delineadas, gritantes, e eu danço enquanto cozinho, mas sozinha. Às vezes finjo que não as vejo, às vezes só me apetece enroscar-me em ti e chorar o tempo perdido, tenho a certeza de que irias confortar-me como antes. E outras vezes... outras vezes fico aqui, com um ou outro soluço preso na garganta mas de cabeça erguida, a acenar-te com todas as certezas que (já não sei se) tenho, a fugir, a fugir que nem louca, a correr sem sair do sítio porque, no fundo, tu não me deixas ir a lado nenhum... Ou talvez no fundo eu não queira estar em mais lado nenhum... E tu também não.

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Haverá por aí uma alminha caridosa...

... que me arranje uma imagem decente ali para cima? Qualquer coisa a ver com chuva... por favor? Já estou deprimida o suficiente por me ter visto obrigada a mudar o blog todo... e agora tenho de levar com aquela imagenzinha também?

Acho que esta mistura de cores está a deixar-me deprimida... quero o meu azul e o meu castanho de volta... sniff....

terça-feira, 20 de julho de 2010

Já não se ama como antes

Já não se ama como antes. Que é feito do amor? Do amor a sério, do amor puro, do amor desmesurado, louco, quase palpável. O tipo de amor que nos faz querer saltar de pontes, dar o teu nome a uma rua, comprar-nos passagens de avião para o ponto mais distante do Mundo, ou mesmo para a Lua. Não, já ninguém ama assim. Hoje ama-se na mornidão, no medo. Porque entretanto se descobriu que amar dói e que é melhor andar em pezinhos de lã. Ama-se à superfície, sem que o amor nos chegue ao fundo do coração, sem que nos corra nas veias, sem que nos sufoque. Que é feito do amor? O amor absolutamente eterno, que não nos deixa duvidar, que nos faz saber a morte certa aquando da ausência do outro, que nos faz correr quilómetros sem parar só para chegar mais rápido. O amor que nos toma por inteiros, nos queima debaixo da pele, nos convence da absoluta necessidade do outro corpo, dos outros lábios, da outra pele. O amor com certezas, com futuros, sem ausências. O amor que nos faz largar tudo e lutar até à última réstia de força. E não vês que era só assim que eu queria que me amasses? Eu dar-te-ia o Mundo, se pudesse. Se isso te fizesse saberes o meu amor, eu dar-te-ia o Mundo. Mas não será já tarde demais para nós? Se tu nem saltas de pontes, se não me arrebatas com dois bilhetes de avião, se, vendo bem, não largaste tudo nem deste o meu nome a uma rua... Eu? Eu dar-te-ia o Mundo. Não vês?

segunda-feira, 12 de julho de 2010

There's no getting over.

Adormeceste ao meu lado. Eu fiquei a observar-te enquanto dormias, o rosto sereno e descontraído, quase imóvel, o leve balançar que a respiração te conferia ao corpo. Naquele momento, lembrei-me de todos os pedaços de tempo que tinha passado a decorar-te o rosto enquanto dormias, a admirar-te a perfeição dos traços, a cor da pele, a suavidade dos lábios - tempo em que eu ainda tinha a certeza de que não precisava de mais nada, a certeza de que, se pudesse acordar assim todos os dias da minha vida, a olhar o teu rosto tranquilo, seria feliz. Naquele momento, perguntei-me se não seria ainda capaz de o fazer, se ter-te assim não seria suficiente. Não se poderia viver daquilo? Não é suposto o amor ser suficiente? Eu sinto a tua falta todos os dias. Eu sempre soube que sempre sentiria a tua falta, mas não nesta ânsia de te querer, mesmo sabendo que não é certo. Ainda tenho muitas saudades tuas, às vezes parece que cada vez tenho mais saudades tuas, ainda que me pareça sempre que me é impossível sentir mais a tua falta. Tenho saudades das pequenas coisas, das grandes coisas, de todas as coisas. Dos passeios de mãos dadas, da nossas férias sempre em sítios novos, dos planos para um futuro a dois com cães que não poderiam sair da cozinha porque tu não os querias na nossa cama, dos gelados partilhados, do calor dos nossos corpos, dos teus beijos, dos nomes pirosos que nunca mais deixei ninguém chamar-me, do teu (sor)riso, das nossas coscuvilhices, dos jogos infantis, dos filmes que víamos abraçados, de me ofereceres flores, de te jurar amor eterno (não voltarei a fazê-lo), de acordar ao teu lado, de adormecer ao teu lado, de.... de tudo. Tudo. Eu mantenho-me como sou, teimosa, quadrada e obtusa, sem permitir sequer que me limem as arestas, determinada a perseguir a minha felicidade, a cumprir os meus objectivos, mas a verdade é que continuo aqui, à espera que tu faças um gesto qualquer daqueles que só se vêem nos filmes lamechas que me faça atirar tudo às urtigas e correr para ti. Disso, ou de ter um insight qualquer, como acontece nos filmes e nas séries, em que o protagonista, algures a meio de uma frase qualquer, se cala e arregala muito os olhos enquanto tem um flash que lhe permite ver que afinal foi uma estupidez ter fugido à pessoa amada e que só quer estar com ela para sempre. Eu continuo à espera de um desses momentos, em que percebo que tu és tudo o que preciso para ser feliz e vou a correr ter contigo e, mesmo eu estando despenteada, suada e ofegante, tu não vais resistir ao meu beijo e vais dizer-me qualquer coisa como "Esperei por ti este tempo todo... eu sabia que voltavas, e eu nunca quis amar mais ninguém.". Mas este momento nunca vem, só a saudade, e com isso eu acho que posso viver. Há-de passar. Tem de passar. Não é?

sábado, 10 de julho de 2010

Este blog anda deplorável

E pronto, continuo sem tempo, e passei só para dizer que amanhã vou de novo para o Alive, mas desta vez não é trabalhar, é mesmo dar uso à minha pulseirinha de staff para ver os grandes Pearl Jam. Ah e diz que apareci no telejornal da SIC, diz que sim, que me fizeram umas perguntinhas sobre o trabalho que estava a fazer lá e que apareci para lá a falar... Lá se foram os meus 15 minutos de fama. Beijinhos e até quando eu voltar a ter vida social, sim? Espero que seja em breve.....

quinta-feira, 8 de julho de 2010

É só para dizer...

...que não tenho tido tempo para me coçar e que hoje vou trabalhar para o Optimus Alive. Podem sempre tentar descobrir a menina de olhos verdes e irem lá dar-lhe um beijinho :P eu sei que trabalha muita gente no Alive. Mas tinha piada se me descobrissem lá, ou não tinha? ;)

domingo, 27 de junho de 2010

Lágrimas e café.


"How can I feel I'm standing strong,
Yet feel the air beneath my feet?
How can happiness feel so wrong,
How can misery feel so sweet?
How can you let me watch you sleep
Then break my dreams the way you do?
How come I have got in so deep,
Why did I fall in love with you?
This is the closest thing to crazy I have ever been...
(...)"


Começo o meu dia com lágrimas e café. Sento-me à mesma mesa do pequeno-almoço, encolhida, com a cabeça enfiada entre os ombros, as mãos a rodearem a caneca do café, numa tentativa de aquecer o coração. Não resulta. O vazio que lhe deixaste continua lá, cada vez mais fechado em teu redor, cada vez menos aberto a quem pudesse vir salvá-lo, frio, frio, frio. Cada golo do café que sorvo só me traz mais as nossas manhãs de abraços e sorrisos e o nó que tenho na garganta estreita-se. A minha garganta estreita-se e eu tenho de obrigar o ar a entrar e a sair, o que acontece agora em pequenos e silenciosos soluços. Levo a mão ao rosto e confirmo que estou a chorar outra vez. Várias gotas grossas rolam-me pelas bochechas e acabam, invariavelmente, nas torradas que tenho à frente. É sempre assim, desde que não estás. Lágrimas, café e torradas ensopadas. Quem me dera não saber chorar por ti.

quarta-feira, 23 de junho de 2010

How can you tell me not to love... when there is you?

Nem sei por onde começar a abrir-te o coração mais uma vez. É que eu não te quero longe de mim. Não te quero longe, mas não sei não te amar isto tudo. O que implica estar numa luta constante comigo própria, porque preciso desesperadamente de ti mas, teimosa como sou, não quero ver-te, porque não posso habituar-me a ter-te lá sempre que me sinto só. Então, fujo-te. Arranjo que fazer, arranjo mil formas de me alhear de ti. Ocupo-me e ocupo o meu coração com outras pessoas - que, na verdade, nunca me ocupam o coração. Esse é teu. Desde aquele dia, desde aquele momento cliché, na praia, ao pôr-do-sol, que o meu coração te pertence. Lembro-me de como me arrebataste os dias. Hoje, eles ainda te pertencem, sabias? Estás sempre no meu pensamento, naquela parte de mim que ficou vazia depois de não te ter. O que me leva de novo ao meu dilema; contigo, sinto-me completa. Basta-me a tua companhia, e eu nem me lembro do vazio, da parte de mim que morreu - ela está lá outra vez. É por isto que não consigo afastar-te(me) de vez. Eu preciso de ti. Eu preciso indiscutivel e irrevogavelmente de ti. E ninguém percebe. Continuam a esperar que eu te tire da minha vida, que me decida a cortar-te de vez. Eles não sabem que só tu me conheces, que só tu me compreendes, que quando choro nos teus ombros o conforto que sinto é total. Não sabem das gargalhadas cúmplices, dos momentos que só algo como o que tivemos permite que eles ainda se proporcionem, da confiança que só alguém como tu, o meu melhor amigo, pode merecer. Não sabem como é ter-te tido, e agora não te ter, só porque não quero, só porque me resolvi a ser feliz e a não me acomodar. A questão é que eu preciso de ti por perto, preciso da tua voz alegre, do teu rosto de Primavera, da maneira como tudo é tão fácil contigo, como podemos ficar em silêncio uma viagem inteira e é como se conversássemos o tempo todo. Eu até posso não me envolver de outras formas contigo, isso eu sei que consigo e que pode não voltar a acontecer. Mas eu preciso de ti por perto. E sinto que, por causa disso, eu nunca vou deixar de amar-te aquele bocadinho. Agora diz-me, como é que eu faço? Para te esquecer de vez, para seguir em frente a sério, para estar menos vazia, quando te tenho tão perto, quando não consigo de modo nenhum ter forças para não te ter aqui? É que eu não consigo sequer começar a imaginar um Mundo em que tu não existas, não consigo sequer conceber a minha vida sem ti nela. E não consigo, de todo, continuar a amar-te assim. Como é que eu faço, dizes-me?

terça-feira, 22 de junho de 2010

Valha-me isto, ao menos isto.

De vez em quando, conheço pessoas que restauram um pouco da minha fé na humanidade. Há alguns anos atrás, tive a honra de conhecer a D. Isabel, presidente da Associação Portuguesa dos Direitos dos Animais. Uma senhora amorosa e vegetariana há mais de 20 anos. Lembro-me da admiração que senti na altura, e de pensar se algum dia conseguiria ser assim, estar tanto tempo sem comer animais, só pelo amor que sinto por eles. Era meio vegetariana há uns meses. Hoje tenho a certeza que sim, que há-de chegar o dia em que também vou dizer que não como animais há mais de 20 anos. Há menos tempo, o ano passado, conheci o Sr. Joaquim. Um senhor com 90 anos que aparenta ter 70 e que costumava ser caçador. Hoje, raramente come carne, porque gosta muito dos bichos e tem pena deles. Tem uma cadela, um cão e um gato que trata como se fossem gente. Há pouco tempo, tive o prazer de conhecer a D. Rosa. Uma senhora perto dos seus 60 anos, muito querida. A D. Rosa que, como eu, não gosta de matar os bichos (aranhas, lagartixas e etc. incluídos) porque, diz ela, "O Mundo é um sítio tão grande, há espaço para vivermos aqui todos...". A D. Rosa, que não cozinha caracóis porque jura que consegue ouvi-los a guinchar dentro da panela, enquanto são cozidos vivos. A D. Rosa, que acha que os passarinhos bebés que caem dos ninhos morrem de desgosto, por estarem longe das mães. A D. Rosa, que, como eu, quando vê um caracol na estrada ou no meio do passeio, vai apanhá-lo e pô-lo nas ervinhas. Como também fazia a D. Lurdes, outra senhora que também conheci e que falava com os caracóis, ralhando-lhes coisas como "Não podes andar na estrada, não vês que depois ficas esmagado? Vá, vai lá para as ervinhas...".

Conclusão: eu vou ser completamente senil quando tiver os meus 70 anos. Mas também vou ser absolutamente feliz, porque se eu já penso assim e já apanho caracóis do chão nesta tenra idade, e parece que isto tem tendência para se agravar, nada poderá demover-me de agir de acordo com os meus ideais.

quinta-feira, 17 de junho de 2010

E eu esqueço-te de vez... ou apenas outra vez.

Tu nunca imaginas o que me vai na alma. Tu achas que sim, mas nem fazes ideia. De como te amo ainda, de quanto te fujo, do quanto tenho de fugir-te. De quando os teus olhos encontram os meus e eles se desviam, cuidadosos, porque nunca se sabe o que pode acontecer se fixar os meus olhos nos teus tempo demais. Da última vez que fiz(emos) isso, apaixonei-me perdida e irremediavelmente por ti. Não, tu não fazes ideia. Das vezes em que me perco, noite adentro, a fitar o tecto do meu quarto onde só te vejo a ti, a cantarolar para afastar a única coisa que realmente ouço - a tua voz, os teus sussurros, as palavras que já atiraste certeiras no meio do meu coração e que o desfizeram um bocadinho de cada vez. Não fazes ideia, mas eu vou ficando louca, cada vez mais louca, à medida que constato que não consigo viver contigo, mas que também não sei como viver sem ti. A questão é que as vozes na minha cabeça te gritam o tempo todo. Que fiques, que vás, que voltes, que não deixes nunca de me deixar sentir-te. Que vás ser feliz para longe, que não me largues a mão. Que outro alguém te faça feliz, que ninguém te seja como eu. Que me deixes em paz, que nunca me esqueças de vez. Esquece-me outra vez, apenas outra vez. De vez é muito tempo, para sempre é uma eternidade dolorosa. Para sempre éramos nós, e vê o que nos aconteceu... Maldito sejas tu e os teus olhos que caçaram os meus. Tu esqueces-me mais um pouco, esqueces-me um pouco de cada vez. E eu esqueço-te de vez... ou apenas outra vez.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Nós podíamos ter sido tanto...

Às vezes, ainda me pergunto se as nossas diferenças não seriam ultrapassáveis. Se, com o devido esforço e dedicação, não conseguiríamos chegar onde sempre quisemos. Eu costumava ter a certeza que não mas, com o passar do tempo e com o não passar da saudade, já só acho mesmo que não. De vez em quando, fazes qualquer coisa simples que me faz querer atirar os meus braços em volta do teu pescoço e ficar ali, com a boca contra a tua pele quente, assim, quieta, como antes. Mas, depois, há uma qualquer lembrança que me assalta, como esta. Já não estávamos juntos há algum tempo. Andávamos numa loja a ver qualquer coisa que agora não interessa para o caso. A certa altura, uma menina com cerca de dois ou três anos, que só vi pelo canto do olho, caiu do triciclo abaixo. Pareceu-me uma queda valente, mas ela nem chorou. Sobressaltado, estremeceste com a queda dela e ficaste a olhá-la por dois segundos, a hesitar. Como ninguém foi lá nesse espaço de tempo, murmuraste qualquer coisa que exprimiu a tua incapacidade de ficar só a olhar e correste até ela, com a preocupação estampada no rosto sério e visivelmente transtornado, levantaste a menina e o triciclo e entregaste-a aos pais. Nesse momento, eu pensei qualquer coisa como "Será possível não te amar...?". Ser atencioso sempre fez parte de ti. E este tipo de recordação faz-me achar que nós realmente não pertencemos um ao outro. Tu sempre tiveste um jeito nato para crianças, birras incluídas, enquanto eu não tenho pinga de instinto maternal e nem tenho intenções de ter filhos. Por outro lado, eu gostava de adoptar uma criança, e tu recusas-te a criar um filho que não seja teu. É... acho mesmo que há diferenças inultrapassáveis, quando se planeia uma vida a dois. Tenho pena, sabes? Nós podíamos ter sido tanto...

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Relações sérias vs. amizades coloridas

Muito se tem falado de relações sérias vs. amizades coloridas. Há quem seja alérgico a umas e quem critique arduamente as outras. Bom, eu vejo vantagens em ambas. Nas relações sérias há o amor. Que nos tira os pés do chão, nos deixa o estômago cheio de borboletas, nos faz querer correr pela rua a gritar que o amor nos corre nas veias e tem o nome daquela pessoa. Há o conforto, a segurança, o sabermos que temos alguém com quem podemos sempre contar. A companhia para uma série de coisas, desde as idas ao cinema e das tardes enroscados no sofá a ver filmes, às férias paradisíacas e aos planos para um futuro a dois. Sentimos que pertencemos a alguém, que alguém nos pertence. Que temos sempre quem nos traga um copo de água quando temos sede mas, mais importante, que temos sempre quem nos peça um. Sabemo-nos importantes para alguém, ouvimos e dizemos "amo-te", trocamos juras de amor eterno e temos certezas inabaláveis acerca da eternidade daquele amor. Inevitavelmente (?), o sexo torna-se óptimo, porque a intimidade atinge um grau muito superior. Por outro lado, há os corações partidos, as dores de amor, as chatices, as discussões, as ceninhas de ciúmes, o estar preso a alguém que acaba por, regra geral, nos atar as mãos e nos impedir de fazermos algumas coisas que até gostávamos de fazer mas que pomos de lado por esse amor - estúpidos, estúpidos, estúpidos. As amizades coloridas podem juntar o melhor dos dois mundos. Temos a companhia para algumas coisas, temos o sexo que também pode chegar a óptimo, não temos as complicações (a não ser que alguém se apaixone mas... isso já é outra história), nem os ciúmes, nem as chatices, nem as obrigações. Pessoalmente, a mim não me apetece "ter de" enviar mensagens de bons dias e de boas noites, dizer o que estou a fazer se me perguntarem, não me apetece que me chamem princesa nem sequer amor, não me apetece a intimidade com alguém. Conhecer outra pessoa e tornarmo-nos íntimos dela dá trabalho. É um trabalho que pode dar frutos, é certo. Implica coragem para nos mostrarmos como somos e para aceitarmos o outro como ele é, implica devoção porque se um gajo muito giro se mete connosco não lhe damos trela, implica uma data de coisas que agora não me apetecem. Por isto tudo eu sou a favor de amizades coloridas, pelo menos para já. Pelo menos enquanto não me apetece ser namorada de ninguém. Enquanto não me apetece ser nada de ninguém. Eu sou minha. Se eu não for minha agora, quando é que o serei? Aos 40? Naaa. Eu sou minha, agora, e ponto final.

quinta-feira, 10 de junho de 2010

But you own the place where all my thoughts go hiding...

Hoje, abro-te o meu coração. Em silêncio, para que não o ouças. Eu amei-te como se fosse para sempre. Amei-te como se fosse para sempre, e o "como se fosse" desapareceu. Perdoa-me a leveza da escrita, mas bem sabes que nunca fui capaz de pôr o que sentia por ti em palavras. Como se põe em palavras, em algo tão efémero como palavras, um amor eterno? Um amor daqueles que se nos cravou no coração e que nunca se apaga? Não se põe, é simples. Mesmo hoje, já tão longe dos teus braços, eu não consigo pôr-te - pôr-nos - em palavras, não consigo deixar-nos bem explicados em texto algum. Mas o amor não se explica, é mesmo assim. Às vezes acho que podia entregar-me. Que podia parar de remar contra a maré que me puxa constantemente de volta para ti, e entregar-me. É tentadora, a ideia de voltar a estar no conforto dos teus braços, apertados à minha volta como se um escudo do resto do Mundo se tratassem. Mas depois penso que isso seria desistir cedo demais. Eu ainda quero fazer tanto. Mesmo que considere a possibilidade de um dia voltarmos a ser nós (alguma vez deixámos de ser nós?), eu ainda tenho muito por fazer, e não estou disposta a abdicar disso já. E eu sei que posso perder-te, e eu sei que posso ter de viver o resto da minha vida com isso. Mas eu não acho que a felicidade esteja dependente de uma só pessoa. E recuso-me a acreditar que não haja alguém mais parecido comigo, alguém que me complete como tu um dia fizeste. Alguém que partilhe os meus ideais ou que, pelo menos, os respeite o suficiente. O pior? Acho que começo a deixar de ter forças para te fugir. Para te dizer que não, quando o meu coração meio partido me (te) grita que sim. Que sente a tua falta e que tu o embalavas como ninguém. Mas ainda não me sinto preparada para baixar os braços, para dizer "rendo-me, sou tua outra vez". Continuo a estar meio oca, a ter aquele cantinho do coração/da alma por ocupar, mas esse vai ser sempre teu. Por isso, por tudo isto, perdoa-me se um dia destes eu voltar a chamar-te amor. É o meu coração a falar mais alto do que a minha voz, a falar-te em nome da saudade, a querer ser embalado por ti. Perdoa-me se eu te chamar amor... será só por uma noite.

sábado, 22 de maio de 2010

Say what you need to say.

Às vezes acho que uma parte de mim se perdeu irremediavelmente. Outras vezes, não acho; tenho a certeza. Não sei que parte de mim foi essa, ao certo. Só sei que é subtil o suficiente para mais ninguém reparar, mas importante o suficiente para que eu sinta a sua ausência todos os dias, desde que abro os olhos de manhã até voltar a fechá-los à noite, e a cada golfada de ar que inspiro. Não é como se eu não vivesse sem ela, nem como se não pudesse ser feliz. Mas a ausência desse pedacinho de mim está lá. Ninguém nota, excepto eu. Quando solto uma gargalhada com a mesma vontade e a sinto um pouco oca, quando dou comigo de olhar fixo num ponto distante, alheia ao resto, quando as piadas que solto e que provam que mantenho o sentido de humor não me soam ao mesmo. Se pensarmos bem, faz todo o sentido que eu me sinta assim. Nos últimos anos, eu construí-me contigo. Tu fazias parte de mim de uma maneira indelével e irrevogável. Portanto, no momento em que saíste da minha vida, levaste-me um bocadinho contigo. Se tu já não estás, eu não posso ser a mesma, nunca mais, porque aquilo que eu era, era-o contigo. Tudo o que eu era, eu era-o em parte graças a ti, porque nos construímos juntos durante aquele tempo todo. E agora que não estás, é quase como se eu risse, mas fosse obrigada a pensar baixinho: "Depois de ti, qual é o sentido de uma gargalhada?". É claro que as gargalhadas continuam a ter sentido, mas eu não sei bem qual, nem como, uma vez que era contigo, e não sem ti, que eu costumava gargalhar. Não é como se eu achasse que nunca vou entregar-me da mesma maneira a outra pessoa, porque eu sei que há-de aparecer a pessoa certa e essa questão nem vai ser colocada, porque não vai haver tempo para isso. Também não é como se eu achasse que não posso ser feliz sem ti, porque posso, e já sou. Mas é como quando desmontamos um rádio e depois voltamos a montá-lo e sobra uma peça que já não sabemos onde pertence, e também não importa porque o rádio funciona na mesma. Eu funciono na mesma, sem essa parte de mim que se perdeu, que não sei para onde foi, essa parte de mim que me deixava tão completa e me permitia sentir-me na minha pele.
E era isto que eu precisava de dizer.

terça-feira, 18 de maio de 2010

And yet again...

Passo os dias a pensar em como gostava de não pensar em ti. De não te querer, de não ter nada disto no coração. Mas no fundo eu gostava que pudéssemos fazer planos para hoje e para amanhã, para depois de amanhã e para o ano que vem. Gostava que nos encontrássemos naquele sítio com vista para o rio e que fôssemos ao café do costume. Que dividíssemos um gelado de cookies e de te espetar um bocado do gelado no nariz, depois de fingir que ia dar-to à boca. Depois tu vingavas-te e ríamos, a limpar o nariz um do outro com um guardanapo. Gostava que escolhêssemos outro sítio para passar férias este ano, ou que voltássemos àquele a que nunca chegámos a voltar. Gostava que não houvesse sombras de mais ninguém, de te atirar à cara a eternidade que em tempos prometemos um ao outro e de te sussurrar "eu amo-te" antes de adormecer. Gostava que déssemos as mãos e caminhássemos à beira-mar naquela praia, com o sol quase a pôr-se, de máquina fotográfica em punho, a repetir ensaios dos nossos sorrisos eternizados numa imagem. Gostava de poder enroscar-me nos teus braços, aninhar-me no teu peito, sentir os teus lábios na minha bochecha direita e desejar-te boa noite. E de dizer-te como antes "eu vou ser para sempre só tua". Mas já não sou.

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Odeio-te todos os dias. Menos ontem. E amanhã. E depois...

Tu roubaste-me o coração. Roubaste-mo, e eu odeio-te por isso, todos os dias. Ou pelo menos nos momentos em que não te amo loucamente, perdidamente. Como eu te odeio... Como odeio cada momento que passámos juntos, cada vez que me apertaste a mão entrelaçando-me os dedos nos teus, cada vez que brincaste com uma madeixa do meu cabelo claro. Como te odeio. Vieste e nunca mais houve mais ninguém. Não há, não pode haver mais ninguém, porque tu ocupas os meus pensamentos dia e noite, noite e dia, ainda que eu não queira, ainda que eu não te queira. Odeio-te. A ti e ao teu sorriso fácil, aos teus lábios grossos e sempre tão macios e apetecíveis, à maneira como os teus olhos encontram os meus e os prendem, ao teu abraço quente, sempre, sempre tão quente. Odeio cada pedaço da tua voz e das noites em que encostavas o peito às minhas costas, enroscavas as pernas nas minhas, queixavas-te dos meus pés frios e adormecias, para me acordares horas depois com um beijo na bochecha, preguiçoso e arrastado. Odeio todas as gargalhadas que me arrancaste e todas as que te escutei, todas as vezes em que rimos de coisas que eram só nossas, os dois agarrados à barriga já a rir ao ponto de não conseguir emitir um som que fosse. Odeio ter tantas recordações e que elas sejam tão boas que se torna realmente difícil odiar-te.

terça-feira, 11 de maio de 2010

Se eu repetir muitas vezes, pode tornar-se realidade.

Eu não preciso de ti. Eu não preciso de ti. Eu não preciso de ti. Eu não preciso de ti. Eu não preciso de ti. Eu não preciso de ti. Eu não preciso de ti. Eu não preciso de ti. Eu não preciso de ti. Eu não preciso de ti. Eu não preciso de ti. Eu não preciso de ti. Eu não preciso de ti. Eu não preciso de ti. Eu não preciso de ti. Eu não preciso de ti. Eu não preciso de ti. Eu não preciso de ti. Eu não preciso de ti. Eu não preciso de ti. Eu não preciso de ti. Eu não preciso de ti. Eu não preciso de ti. Eu não preciso de ti. Eu não preciso de ti. Eu não preciso de ti. Eu não preciso de ti. Eu não preciso de ti. Eu não preciso de ti. Eu não preciso de ti. Eu não preciso de ti. Eu não preciso de ti. Eu não preciso de ti. Eu não preciso de ti. Eu não preciso de ti. Eu não preciso de ti. Eu não preciso de ti. Eu não preciso de ti. Eu não preciso de ti. Eu não preciso de ti. Eu não preciso de ti. Eu não preciso de ti. Eu não preciso de ti. Eu não preciso de ti. Eu não preciso de ti.Eu não preciso de ti. Eu não preciso de ti. Eu não preciso de ti. Eu não preciso de ti. Eu não preciso de ti. Eu não preciso de ti. Eu não preciso de ti. Eu não preciso de ti. Eu não preciso de ti. Eu não preciso de ti. Eu não preciso de ti. Eu não preciso de ti. Eu não preciso de ti. Eu não preciso de ti. Eu não preciso de ti. Eu não preciso de ti. Eu não preciso de ti. Eu não preciso de ti.

A viagem apostólica de Sua Santidade o Papa Bento XVI

Ora bem. Vamos lá ver se eu consigo escrever sobre isto sem ferir susceptibilidades. Serei eu a única pessoa a achar ridículo este alarido todo à volta da visita do senhor? Sinceramente, eu percebo que ele venha cá, tudo bem, somos um país atrasado mas ao menos estamos abençoados pelo senhor (e um pouco mais tesos graças à sua visita, também). E percebo que as pessoas queiram vê-lo, eu também jurei a mim própria ir ver o Dalai Lama da próxima vez que este nobre ser humano vier cá. Mas é preciso tanta coisa? Era mesmo preciso ir buscar o senhor com helicópteros e aviões ou lá o que foi portugueses, era mesmo preciso gastar dinheiro nisso? Fazem ideia de quantos aviões o senhor tem a seu belo prazer? Era mesmo necessária tanta oferta de comida para o senhor se deliciar com a cozinha portuguesa? É que, da última vez que eu vi, a gula era um pecado. Quando alguém na rua pede para comer, viram a cara e fingem que não ouvem, mas quando o Papa vem cá vá de lhe fazer comidinhas daquelas boas para a diabetes e o colesterol, como se o senhor precisasse disso. Isto revolta-me, a sério que sim. Se o senhor viesse cá fazer alguma coisa pelo país, dar emprego aos desempregados, dar casa aos sem-abrigo, dar uma ajudinha na crise, sei lá, tudo muito bem. Mas não. Por isso, é mesmo preciso isto tudo? No Inverno há cheias porque as sargetas estão cheias de porcaria até cima, não há dinheiro para obras nos esgotos nem para desentupir as sargetas, mas o Papa vem cá, vamos lavar as ruas todas e tudo mais, não vá chover à séria e Sua Santidade molhar os pezinhos e constipar-se. Vamos podar as árvores, que um país sem árvores podadas não é merecedor da visita de Sua Santidade. E já agora, e porque não?, vamos oferecer-lhe não sei o quê bordado a ouro, mais um microfone xpto que se não tiver custado milhares ai jesus que se apaga a luz, vamos gastar milhares com isto porque nós nem estamos em crise há anos e realmente nem precisamos do dinheiro. Se não estivéssemos em crise, era o quê, uma passadeira de 500 fios egípcios, bordada a ouro por criancinhas órfãs do Cambodja e enfeitada com diamantes de 15 quilates? Pelamordedeus. E depois perguntam-me o que há de errado na religião. Há de errado isto, as pessoas cegam. Se a humildade é uma coisa tão bonita e tão intimamente ligada à religião católica (ou não fosse Jesus ter morrido pelos apóstolos ou pelos seguidores ou lá o que foi), então o Papa podia muito bem ter visto Lisboa como ela é, suja, com lixo nas ruas, com sargetas entupidas, com árvores por podar, com sem-abrigos a pedir em cada esquina - aposto que até esses desgraçados hoje foram expulsos das ruas. E já agora, eu fazia uma petição a Sua Santidade para dar um pedacinho da fortuna do Vaticano a Portugal, numa onda de altruísmo que lhe ficava tão bem e que nós só agradecíamos.
Ah, e não, eu não quero saber a que horas o Papa foi à casa-de-banho, nem o que comeu ao almoço, nem nada dessas coisas. Estou mesmo a ver a notícia de abertura da TVI amanhã: "Sua Santidade o Papa Bento XVI soltou um gás pelas 16h07m32s.".
E agora vou ali chicotear-me porque falhei a emissão em directo da chegada do Papa a Portugal. Shame on me.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Foda-se... já chega.

Eu gostava tanto de tirar-te de mim. E já tentei tantas vezes... Foram já tantas as vezes em que disse para mim mesma "Foda-se, já chega!", frase acompanhada de um gesto dramático, como enfiar a moldura que me deste na gaveta mais inútil do meu quarto, ou apagar aquela última mensagem que guardava há meses. Mas depois tu fazes qualquer coisa, um qualquer gesto simples, como olhar para os meus olhos daquela maneira, passar com os nós dos dedos no meu rosto, despedires-te de mim com um beijo na cara que me roça os lábios ou chamares-me aquele nosso nome. Coisas tão simples e que tu fazes sem pensar, e sem sonhares o efeito que têm em mim. Porque eu não te digo, é claro que não te digo. Há outra pessoa de volta, sabias? Bom, quase de volta. E, pela primeira vez desde que partiste, talvez eu até quisesse fazer isto resultar. Mesmo sabendo que ele não é como tu, mesmo sabendo que nunca será. E por isso, mais uma vez, dou comigo a pensar para mim mesma "Foda-se, já chega!" e a esconder o peluche que me deste há anos, aquele com um coração, sabes? E a rezar para que resulte. Para que seja mesmo esta a vez em que te tiro do peito, para que seja hoje o dia em que me sais do coração e dás lugar a outra pessoa. Tu estás no coração de outra pessoa. Outra pessoa está, pelo menos, nos teus dias. Não é justo que eu não consiga ter uma também. Pelo menos alguém que me preencha os dias para eu pensar menos em ti. Se for só isso até aparecer a pessoa certa, tudo bem. Mas deixa-me em paz. Porra... fica com os teus gestos simples e (in)significantes e deixa-me em paz.

domingo, 9 de maio de 2010

E agora...(rufo de tambores.....) As respostas!!

Pronto, até que não fui ignorada, fiquei contente. E, como prometido, cá vão as respostas:


June: eu tirei Psicologia, e estou desempregada. Por isso, se essa é uma das tuas opções... NÃO FAÇAS ISSO!!!!!
Gaja: a minha viagem de sonho já concretizada foi a Londres. Por concretizar é a Nova Iorque. E se puder sonhar muito, mas mesmo mesmo muito, podes juntar o Tibete e o Hawaii.
Se pudesse mudar algo em mim, fisicamente, seria provavelmente o nariz e talvez os lábios que são muito finos. Na minha maneira de ser acho que a única coisa que mudava seria a minha mania de pensar demais em tudo, o que resulta em autênticos filmes de terror por causa da antecipação das coisas e em muita contenção - gostava de ser um bocadinho mais impulsiva e de ser daquelas pessoas cheias de lata para responder aos outros. Mas não vivo obcecada com nada disto, eu gosto de mim :)
Se pudesse escolher outro país para viver, seria Inglaterra, mais precisamente Londres :) mas quando for a Nova Iorque digo-te se mudei de ideias ;)
Mysterious Girl: haha boa pergunta, eu visto-me quase sempre de forma casual, menos quando saio à noite. Ou seja, calcinha de ganga, ténis ou botas sem salto no Inverno, chinelinho ou sandália rasa no Verão, tops e casaquinhos de malha da Zara (ou dos chineses, o que for mais barato :P), ou vestidinho e leggins. Quanto ao curso já respondi, tirei Psicologia, e se conseguires arranjar-me emprego passas automaticamente a ser a minha pessoa preferida à face da Terra :P
Stefi: ora como já disse, teoricamente sou psicóloga, mas na realidade sou desempregada lol. Faço trabalhos para agências de organização de eventos para ganhar uns trocos. Acho que vou gostar de ser psicóloga quando exercer, mas duvido que seja a minha profissão de sonho. A minha profissão de sonho... provavelmente estaria ligada à escrita, gostava de ser escritora, ainda que isso em Portugal não chegue para pagar as contas :S e agora, se me é permitido sonhar, a minha profissão de sonho estaria ali entre aquelas pessoas que são pagas para viajar pelo Mundo e fazer programas de tv sobre isso, e aquelas pessoas que vivem em santuários de animais e tratam de tigres bebés e assim :D
Nas minhas tardes livres costumo estar com os meus amigos, no café ou ao ar livre se estiver bom tempo :)
Infelizmente, ainda não vivo sozinha, mas mal posso esperar!
Anónimo: isso está no meu perfil, quase um quarto de século :)
Eve: essa pessoa foi sem dúvida o meu ex-namorado, e foi completamente inesperado e muito melhor do que eu poderia ter imaginado... ;)
Diogo: boa pergunta. Gostava de viver na Ericeira por vários motivos. Porque é junto ao mar (apesar de não gostar muito das praias de lá), porque tem casinhas pequeninas e ruas estreitinhas e é giro, porque têm uma grande preocupação com o ambiente - por todo o lado há caixotes do lixo e ecopontos para tudo e mais alguma coisa (embalagens de iogurte, óleo e rolhas de cortiça incluídos) e os veículos que fazem a recolha dos ecopontos são movidos a biodiesel (feito com o óleo usado dos restaurantes da zona). Porque tem a gelataria Mar Azul que tem gelado de queijo, porque tem o restaurante vegetariano Gaivota (o melhor a que já fui), porque é um sítio calmo mas tem a cidade mesmo ali ao pé. Ah e porque as casas são baratas e muitas têm kitchenette e eu acho um piadão a isso. Chega?
Girl in Motion: a sério, a sério? Acho que foi o último. Já tinha havido outro a sério antes deste, mas este foi diferente de tudo. Mas não foi uma história de amor de fazer chorar as pedras da calçada, por isso não há muito a dizer... Já nos conhecíamos há uns anos, na altura houve interesse da parte dele mas depois eu voltei para o outro ex-namorado. Anos depois, voltámos a aproximar-nos mais quando eu acabei com o outro moço e voltei a sair com o meu grupo de amigos e pouco tempo depois, puff... fez-se o Chocapic :) acabou quatro anos depois porque mudámos os dois o suficiente para que deixasse de resultar...
Té: como já disse, Londres, e a ti nem preciso de explicar porquê ;) não sonhando tão alto, gostava de viver perto da praia, adorava poder acordar e ver o mar. Mas não me imagino longe do barulho e da confusão da cidade...
Considero que todos somos mais fortes do que pensamos. Já dei comigo a olhar para trás e a pensar "Eu passei mesmo por aquilo e estou aqui...? Fantástico. Venha a próxima!". Acho que todos temos força para tudo, nem que seja com ajuda.
Sem dúvida, eu acho que ninguém é feliz a tempo inteiro, porque todos temos dias menos bons. Mas acho que são as pequenas coisas que nos fazem felizes. As tardes com os amigos, as esplanadas com o solzinho a bater na cara, o pôr-do-sol, o barulho do mar, as flores na Primavera, a cor das folhas no Outono... tanta coisa :) Gestos que me tenham marcado? Oh... ocorre-me um gesto recente... recebi flores em casa com um cartão sem nome mas eu sei de quem foram... ah e a prenda que os meus amigos me deram nos anos... tudo gestos simples e pronto, foi giro :)
Mysterious Girl: essa é difícil de responder, porque depende de muita coisa... da minha disposição no momento em que qualquer coisa má acontece, de outras coisas que tenham acontecido, acho que até da altura do mês... :P mas suponho que a desilusão é das coisas que me fazem sentir-me pior.
Ora eu tornei-me vegetariana há alguns anos porque começou a fazer-me confusão saber o que os animais sofriam nos matadouros. Então, deixei de contribuir para esse sofrimento. Depois, tornou-se uma espécie de filosofia de vida, que implica o respeito por todos os animais. Eu realmente não me considero superior a nenhum animal só por ser racional, portanto não me acho no direito de comer nenhum animal, e muito menos quando não há necessidade disso. Acho que nunca me custou muito, apesar de adorar carne na altura. Hoje em dia não sinto falta rigorosamente nenhuma de comer carne e era incapaz de voltar a fazê-lo, só o cheiro faz-me torcer o nariz, blhec.
E pronto! Espero ter respondido bem a tudo e ter satisfeito a vossa curiosidade :P