Porque no fundo é isto. Eu podia dedicar-me só a ti, mas depois o meu coração podia partir-se (outra vez, ou mesmo de vez), e eu ainda não sei se me apetece arriscar. Por isso, não sou só tua. Mas a verdade é que eu queria ter a tua atenção. A tua atenção toda, quero dizer. Como quando não há mais ninguém por perto e tu não consegues tirar os olhos dos meus e eu acho que vou perder as forças nas pernas só por causa disso. Queria que sonhasses tanto comigo como eu sonho contigo, fazer-te sorrir só por te lembrares de mim e que contasses os minutos para me ver, quase como eu faço. Eu conto os segundos para te ver. Quando eu entro, tento impedir que os meus olhos varram a sala à tua procura - e falho redondamente. Vasculho cada rosto num milésimo de segundo, até me aparecer o teu, e depois o meu estômago contorce-se, o ar fica rarefeito e eu sinto uma ligeira náusea enquanto me apresso a desviar o olhar e a seguir o meu caminho para que tu não me vejas vidrada em ti. Ou então tu não estás, e um misto de nervosismo e desapontamento invade-me naquele instante, e depois o meu olhar desliza constantemente para a porta, à espera do momento em que tu apareces. E, quando tu apareces, a ansiedade quase dá cabo de mim, enquanto espero que olhes para mim, que venhas cumprimentar-me, enquanto me pergunto o que irás dizer, com que sorriso irás brindar-me, ao mesmo tempo que estudo a minha postura para parecer tranquila e casual quando te disser "olá" e que conto os segundos que demoras a vir até ao pé de mim - e me pergunto por que motivo demoraste tanto tempo a fazê-lo. Depois tu vens, aproximas-te só o suficiente para me cumprimentares, eu consigo sentir o teu perfume e os meus joelhos tremem, voltas para o teu lugar sempre rápido demais e eu volto a tentar que pareça que o meu mundo inteiro não estremeceu naquele preciso momento, em que os teus olhos se cruzaram com os meus e a tua boca tocou na minha bochecha. E preciso de lembrar-me de como se respira. Pergunto-me quantas vezes irei ver-te ao longo da noite, deixo de ouvir o resto das pessoas à minha volta e começo a estudar minuciosamente as desculpas que posso inventar para me cruzar contigo "sem querer". E, nesse momento, constato o quanto me sinto feliz, porque sei que vou conseguir ter uns segundos contigo. E ridícula, por ficar tão feliz só por uns segundos contigo.
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Isto é apixão minha querida, não há como fugir...rende-te lá ao rapaz, por vezes temos que arriscar, mesmo sabendo que o coração pode sair em mil pedaços. Mais vale viver. Beijos
ResponderEliminartão, tão lindo este post! desfruta deste sentimento:)
ResponderEliminarAdoro este lindo texto!
ResponderEliminarPipoca: eu rendo-me pipoca, assim que ele se render... não é por medo :) beijinho
ResponderEliminarTeresa: obrigada... estou a tentar :P
O sonhador: obrigada :)
queee? mas que amor e este? estive ausente durante muito tempo, estou a ver :p
ResponderEliminarAmável Pinto: amor?? naaa. Mas sim, estiveste :P
ResponderEliminarE eu que pensava que não estava apaixonada...Não quero! Mas sinto isto TUDO...
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