Dear Cupid, next time hit both.









segunda-feira, 4 de abril de 2011

Put your loving hand out baby...


Estou farta que os meus dias sejam coloridos por ti. Pelas tuas ausências sempre longas demais para o meu pobre coração, pelas tuas presenças sempre curtas o suficiente para que este aperto nunca me largue o meio do peito - dizem que se chama saudades. Eu tentei não gostar de ti, e a verdade é que já não pulo de alegria quando percebo que é a tua voz do outro da linha - fizeste-me esperar tempo demais. Mas eu ainda fico sem ar quando sei que estás ao virar da esquina. É que eu olho para ti e deixo de saber as coisas que acho que sei. E eu tento não te querer, eu tento tanto, mas eu quero-te tanto ainda. Ainda quero um bocadinho que me vejas aqui e que sejas tu, porque eu sei tudo o que nós podíamos ser e tu nem sonhas. Ainda me apetece abanar-te pelos ombros e gritar-te "Eu estou aqui e tu mudaste as cores do meu Mundo!", e ainda acho que a seguir tu ias dar-me a mão para eu descer do meu cavalo branco e beijar-me, e ias vestir tu a capa e salvar-me, em vez de ser ao contrário (eu salvei-te e tu nem reparaste). Ainda sonho um bocadinho com o momento em que ias tocar-me à campainha, ofegante, e pedir-me desculpa por só agora teres percebido - apesar de tu nunca me teres tocado à campainha e de nem sequer saberes onde moro, porque nunca quiseste saber onde eu moro, e isso já me matou mais mas ainda tenho tanta pena que seja assim. Que tu nunca tenhas percebido que nós podíamos e teríamos sido perfeitos juntos, que até as nossas mãos encaixavam na perfeição, quero dizer. Por isso, estendo-te a minha mão uma última vez e vou esperar que a agarres, e vou ficar aqui mais um pouco, só mais um pouco. O tempo necessário para poder dizer que desisto, que estou cansada de não ser gostada por ti, que já não consigo estar sentada à chuva só à espera do teu olhar na minha direcção. Que já não consigo só ver a cores quando tu me sorris. Que quero a minha vida a cor-de-rosa, mesmo sem ti, mesmo sem a dança que me punhas a fazer sozinha, mesmo sem os sorrisos plantados no rosto, mesmo sem o coração a saltar sempre que tu te aproximavas. Acho que prefiro gostar de mim do que de ti, deixar de contar os dias para te ver e não contar com os teus olhos de cor indefinida nos meus. Até lá, até ter a certeza, eu ainda estou aqui. Agarra a minha mão.

6 comentários:

  1. Mas esse tipo é cego ou quê? Até eu, que não tenho nada a ver com o assunto, já sinto vontade de lhe dar um abanão! Se calhar só quando tu desistires é que ele se vai aperceber do que andou a perder... e aí já vai ser tarde de mais...

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  2. Ana: se calhar é cego é lol... é possível que isso aconteça, e tenho pena, mas se assim for aí já não irá fazer-me grande diferença... beijinho

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  3. Faço minhas as palavras da Ana...diz quem é que nós tratamos do caso em três tempos!

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  4. Belíssimo texto!
    Desculpa intrometer-me,mas será que merece assim a tua atenção?

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  5. Marge: hahaha estou a gostar disto, estou sim senhora :P

    Me,myself&I: obrigada :) oh... possivelmente não, mas sabes que nós não deixamos de gostar quando queremos...

    Palco do tempo: obrigada :)*

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