Dear Cupid, next time hit both.









quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Never fade from my mind.

Eu tentei deixar o dia passar em branco. Tentei, porque as recordações se afiguravam dolorosas demais para que eu conseguisse passar pelo dia com elas. Ignorei o hall de entrada, a imagem dos nossos corpos ali, de pé, colados um ao outro naquele abraço, com as centenas de lágrimas a escorrerem-nos pela cara abaixo, com o adeus que nenhum dos dois queria suspenso nos lábios. Ignorei o sofá, onde começou o fim, mentalizei-me de que era apenas um sofá como tantos outros e que ia continuar ali, no mesmo sítio, todos os dias. Ignorei isso tudo e estava a passar pelo dia. Mesmo quando estive contigo. Mesmo quando te olhei e tive a certeza de que o problema não é as pessoas que encontro terem os defeitos que têm - porque tu também os tens. O problema é, simplesmente, essas pessoas não serem tu. Se me perguntasses agora o que quero, eu dizia-te. Dizia-te que nos queria de volta ao que éramos há muito, muito tempo atrás. Dizia-te que queria saber ler-te a alma para saber o que vai nela, ou, já que isso é impossível, queria que mo dissesses. Queria que, há bocado, no momento em que te acenei e disse "adeus", tu tivesses tido um acesso de loucura (de sanidade?) e tivesses corido atrás do meu carro, que tivesses batido no capô até eu parar, que me tivesses aberto a porta e obrigado a sair, e que me dobrasses para trás enquanto me seguravas nos teus braços e me beijavas, como se vê nos filmes. E que dissesses que passaram 365 dias e tu não aguentas nem mais um sem mim. Era isso que eu queria. Também queria que soubesses que, se fizesses isso, eu não ia resistir. Que por ti, e só por ti, estava disposta a abdicar de uma série de coisas, se tu me dissesses que podias tentar mudar, que só me querias de volta, que também nos querias como éramos, outra vez. Mas mais do que isso, queria que não tivesse já passado um ano, que não estivéssemos já tão distantes do que fomos. Ou então queria que tivessem já passado cinco anos, para estarmos mesmo longe, para já não doer, para eu já não te amar, para este dia já ser igual aos outros, para eu já nem reparar nele no calendário. Sim, eu queria já não te amar tanto. Queria que não tivesses levado tanto de mim, que a minha alma não estivesse partida e que os nossos corações não estivessem ainda um no outro. Mas em vez disso, tu disseste aquilo que me fez chorar. Hoje, que faz um ano, e não cinco, nem dez, nem o que for preciso para eu te esquecer. E tu não mudas, pois não? E eu ainda te amo, e a minha alma está partida e mais ninguém é como tu. E o tempo não volta para trás, e o meu coração ainda é (sempre só) teu. E nós nunca vamos ser como dantes...

#7 LETTER TO YOUR EX-BOYFRIEND/GIRLFRIEND/LOVE/CRUSH

5 comentários:

  1. Um ano parece-nos muito se falarmos em saudades... Sim, porque durante 365 dias, existirão 300 em que as lágrimas vão correr-nos pelo rosto, mais que não seja, naqueles minutos pouco antes de adormecermos.
    No entanto, um ano será sempre pouco para conseguirmos esquecer tanto do que vivemos.. Todos os dias desse ano nos parecerão demasiado pequenos para nos fazerem esquecer um sentimento tão grande.
    Mas sei querida que, se assim tiver de ser, os anos vão passar rápido, com novos amores que te aqueçam o coração... E este dia, que agora te pesa tanto, vai passar (quase) sem dares por ele. Será só mais um dia...
    Um beijinho querida
    p.s. ainda bem que começaste o desafio das cartas

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  2. Li seus textos. são perfeitos(: tenho em meu blog uma lista dos melhores que eu indico. indiquei o seu ta? beijinho ;* virei sempre aqui!!!

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  3. Inês: obrigada... :)

    Joana: tens tanta razão nisso que dizes... a duração do tempo é realmente bastante relativa... oh e eu espero que sim, que os anos passem assim rápido como tu dizes... =/

    Cynthia: tão querida! muito obrigada, sinto-me lisonjeada... :) eu espero que sim, és sempre bem-vinda! beijinho

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  4. pronto já completei 1 pouco o post via comentario.

    quando é que começa a terapia, workshop, ou o que é?lol

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