Dear Cupid, next time hit both.









quinta-feira, 10 de junho de 2010

But you own the place where all my thoughts go hiding...

Hoje, abro-te o meu coração. Em silêncio, para que não o ouças. Eu amei-te como se fosse para sempre. Amei-te como se fosse para sempre, e o "como se fosse" desapareceu. Perdoa-me a leveza da escrita, mas bem sabes que nunca fui capaz de pôr o que sentia por ti em palavras. Como se põe em palavras, em algo tão efémero como palavras, um amor eterno? Um amor daqueles que se nos cravou no coração e que nunca se apaga? Não se põe, é simples. Mesmo hoje, já tão longe dos teus braços, eu não consigo pôr-te - pôr-nos - em palavras, não consigo deixar-nos bem explicados em texto algum. Mas o amor não se explica, é mesmo assim. Às vezes acho que podia entregar-me. Que podia parar de remar contra a maré que me puxa constantemente de volta para ti, e entregar-me. É tentadora, a ideia de voltar a estar no conforto dos teus braços, apertados à minha volta como se um escudo do resto do Mundo se tratassem. Mas depois penso que isso seria desistir cedo demais. Eu ainda quero fazer tanto. Mesmo que considere a possibilidade de um dia voltarmos a ser nós (alguma vez deixámos de ser nós?), eu ainda tenho muito por fazer, e não estou disposta a abdicar disso já. E eu sei que posso perder-te, e eu sei que posso ter de viver o resto da minha vida com isso. Mas eu não acho que a felicidade esteja dependente de uma só pessoa. E recuso-me a acreditar que não haja alguém mais parecido comigo, alguém que me complete como tu um dia fizeste. Alguém que partilhe os meus ideais ou que, pelo menos, os respeite o suficiente. O pior? Acho que começo a deixar de ter forças para te fugir. Para te dizer que não, quando o meu coração meio partido me (te) grita que sim. Que sente a tua falta e que tu o embalavas como ninguém. Mas ainda não me sinto preparada para baixar os braços, para dizer "rendo-me, sou tua outra vez". Continuo a estar meio oca, a ter aquele cantinho do coração/da alma por ocupar, mas esse vai ser sempre teu. Por isso, por tudo isto, perdoa-me se um dia destes eu voltar a chamar-te amor. É o meu coração a falar mais alto do que a minha voz, a falar-te em nome da saudade, a querer ser embalado por ti. Perdoa-me se eu te chamar amor... será só por uma noite.

7 comentários:

  1. acho que já percebeste, que eu ando a comentar menos por aqui e só mesmo em certo tipo de posts.

    como nao ando muito bem, prefiro nao o fazer para nao descarregar e evitar confusoes =)

    bjs

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  2. Que texto lindo. É muito difícil lutar contra o amor que sentimos e será que vale mesmo a pena? Será que vale a pena passar o resto da vida a arrepender-mo-nos do inevitável? Se eu tivesse uma pequenina hipótese de estar ao lado dele (do meu mais que tudo ), estava e o resto... o resto haveríamos de construir os dois, melhorar o que houvesse para melhorar, mas sempre juntos (:

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  3. ohh amei este texto, está tão profundo, tão sincero. desistir é quase sempre mais tentador que lutar, o problema é esse u.u

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  4. Riga: estás à vontade. beijinho

    Sabor adocicado: eu não acho que vá arrepender-me, até pq não me arrependo das escolhas que faço, mesmo que perceba que foram mal feitas... e há coisas que simplesmente não se melhoram, há pessoas que simplesmente não resultam... beijinho

    Gir in motion: é precisamente esse o problema... é que seria tão mais fácil! mas nem sempre o caminho mais fácil é o melhor...

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  5. Minha querida, ainda pedias tu para ele te perdoar 'a leveza da escrita'... Tu consegues, neste texto que dizes simples, falar dos sentimentos - esses que te invadem o coração e o pensamento - de uma forma tão verdadeira, tão sentida... Juro-te que a minha pele arrepiou ao ler as tuas palavras!
    Só te posso dizer que adorei.. E que entendo tudo o que dizes! Feliz, ou infelizmente.
    Um beijinho grande

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  6. Joana: oh, obrigada querida... mas tb deves conhecer aquela sensação de que, mesmo depois de mil palavras, fica tanto por dizer... ainda bem que gostaste! Beijinho*

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  7. Sim, por mais que falemos, nunca somos capazes de esvaziar o coração. As palavras são sempre poucas comparadas com tudo o que sentimos... Infelizmente, também conheço essa sensação!
    Um beijinho *

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