No fundo, era isto que eu tinha vontade. De espetar um selo
bem dado nesse queixo. De deixar-te negros os olhos azuis que me prenderam no
primeiro dia, logo depois de elogiares os meus. De pegar na porcaria da mota
que nunca quis que tivesses e espatifá-la contra um muro qualquer. Tinha
vontade de dar-te uma canelada das valentes, daquelas a sério, que deixasse
marca durante uma semana, para ver se pelo menos assim não te esquecias de mim.
Se pelo menos assim não era como se eu nunca tivesse existido na tua vida.
Porque a tua marca, essa ficou cá bem cravada. Ficou-me nas noites em que
adormeço sem o teu braço por cima, sem o som da tua televisão, nas manhãs em
que acordo sem o teu despertador nem o teu peito para poder encostar a cabeça
só mais cinco minutos. Eu queria, queria que fosse como parece, como se tu nunca
tivesses estado na minha vida tanto tempo. Eu queria, mas não consigo. Queria
que não me tivesses ficado em tanta coisa, e queria ter ficado em pelo menos
metade do que tu me ficaste. E queria odiar-te, queria tanto odiar-te. Mas eu
ainda gosto tanto de ti. Ainda sonho contigo, ainda morro de medo do momento em
que vou encontrar-te com outra pessoa num sítio qualquer. Ainda fujo do dia em
que vou descobrir que afinal a tua aversão ao compromisso era só uma aversão ao
compromisso comigo. Ainda te desejo todo o mal do Mundo, para que um dia
percebas como podias ter sido feliz comigo. E sim, no fundo ainda tenho vontade
de pregar-te um valente par de estalos, porque me fizeste acreditar em tanta
coisa e no final… no final deixaste-me ir, sem sequer me segurares no braço nem
gritares “volta”.
sexta-feira, 26 de abril de 2013
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Txi este texto podia ser meu...
ResponderEliminarForça**
Anda tudo ao mesmo :) obrigada*
ResponderEliminarCaraças!...
ResponderEliminarHá bué long time ago que não dava as caras por aqui no teu blog, Sofia...
Continuas na mesma, miúda! Mas deixa estar, que eu também. Ainda e sempre a reclamar daquela bandida que me jogou para o caixote do lixo da vida dela. Olha, deixa-me partilhar contigo alguns pensamentos que me ocorreram também. Se quiseres ler, clica aqui.
Beijim! ;-)
Giuseppe
Giuseppe: verdade, e ainda bem que voltaste ;) pior do que nos atirarem para o caixote do lixo é quando ainda esvaziam a reciclagem e não há nem rasto da nossa presença... bah.
ResponderEliminarContinua a escrever a serio.. Muito jeito mesmo!
ResponderEliminarAnónimo: obrigada!
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