Dear Cupid, next time hit both.









sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Da próxima vez, vou querer toda a tua atenção.


Desculpa, mas não vou chamar-te amor. Não vou chamar-te amor porque isso implicava que o fosses, e que eu te escrevesse, como se escreve sempre aos nossos amores. E eu nunca te escrevo. Oh, eu falo contigo o tempo todo na minha cabeça, mas escrever-te, nunca. Porque não sei o que (nem como) dizer-te. E não devia ser fácil? Abrir a alma a quem nos tem o coração, quero dizer. Não devia ser fácil? Dizer-te que converso contigo todos os dias, mesmo a sério, em voz alta e tudo? Que imagino as tuas respostas, os teus comentários, as tuas expressões, e que respondo como se estivesses ali? Devia ser fácil. Devia conseguir dizer-te que eu sonho acordada mas queria que tu dormisses a sonhar comigo, que tu podias ver que eu sou a tua pessoa, que queria que os nossos corpos estivessem perto o suficiente para tu me abraçares. Que está tudo ao contrário, sabes que está tudo ao contrário? Esta noite eu podia ter as mãos no meio das tuas e dormir muito mais descansada, completa até, mas tudo o torna impossível. Para mim tu nunca estás perto o suficiente, eu queria-te sempre mais, e gostava de saber que para ti é igual. Eu gostava de saber que encaixo na tua vida, que há espaço para mim, que me vês no canto do sofá em que eu costumava sentar-me e que sentes a minha falta antes de adormecer. Gostava que fôssemos mais amantes que amigos, e que soubesses que eu me lembro de cada palavra que me disseste, mesmo as mais banais, e que as tenho em modo replay na minha cabeça, o tempo todo. Queria que soubesses que sempre que ganho um desejo eu desejo-te a ti, que não esquecesses a cor dos meus olhos e que pelo menos sonhasses tudo o que podíamos ser porque eu, eu sei-o, sei-o de cor. Eu sei que pareço tola, eu sei que podia fazer muito melhor, mas é que eu olho para ti e esqueço-me das coisas que acho que sei, e queria que soubesses isso também, que é só porque tu me encantas ao ponto de ficar sem ar. Gostava de estar nos teus minutos como tu estás nos meus, de te fazer aparecer sorrisos e de te apertar o peito só porque não estou. E gostava que me dissesses, mas ainda mais que me mostrasses, que me aparecesses e me desarmasses com um sorriso e a música perfeita no fundo. É que eu... eu encosto as mãos ao peito e não sei como consigo sentir o meu coração a bater, porque eu juro que o deixei aí contigo. E tu precisavas de saber, mas eu não sei dizer-te nenhuma destas coisas. E é por isto que não te chamo amor.

7 comentários:

  1. Este texto é tão lindo, mas tão lindo....
    Bolas, como eu te entendo...

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  2. Acabaste de lhe dizer! Agora só falta que estas palavras cheguem até ele! É fantástica a forma como consegues transformar em palavras aquilo que sentes! :)

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  3. Adoro a imagem, adoro o texto, adoro o blog, adoro tudo, parabéns :)

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  4. mas devias chamar! Amor! Devias chamar (opinião minha) porque eu aposto que ele ia gostar de ouvir, era só mais uma prova de amor! Porque a maneira como falas (escreves), como descreves as emoções ... minha querida, isto é amor! :)

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  5. venho cá poucas vezes, de tempos a tempos, e surpreendo-me por ainda não estares casada e com filhos! :p

    tenho de passar aqui mais vezes. kiss

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  6. Liliana: oh obrigada :)

    SuperSónica: obrigada querida :)

    C. Spot: a questão é essa, isto não é nem metade! as palavras nunca são suficientes...

    second chance: muito obrigada :)

    Think in pink: isso já é relativo... eu só gosto que me chamem amor quando essa pessoa é o meu amor também... de outra forma não tem piada :/

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