Ontem deitaste-te comigo. E eu não sei porquê, eu juro que não te queria lá. Mas tu fizeste questão de estar comigo, na minha cabeça, ao meu lado, com os teus braços à volta do meu corpo. Irritas-me tanto, ainda tens tanto efeito em mim. Costumo afastar-te com uma facilidade relativa, mas ontem foi-me impossível. Eu tentei, mas as recordações disparavam no meu pensamento, umas atrás das outras, como tiros certeiros no meu coração. Lembrei-me de tudo no espaço de minutos. As últimas palavras que trocámos, a última vez que senti os teus lábios - se eu sonhasse que seria a última, que depois disso diríamos adeus, eu teria prolongado o contacto da minha boca na tua, aspirado mais o cheiro da tua pele, arrastado mais aquele abraço que, agora, me parece tão desnecessariamente célere. A tua voz no meu ouvido, naquele tom irresistível, a dizer-me "Nós não mandamos", depois de eu te atirar que não percebia por que motivo, tendo tanto por onde escolher, eu tinha gostado logo de ti, e logo desta maneira. O teu riso, e o quanto tu me fazias rir - eu gostava tanto que me fizesses rir que fazia questão de te proporcionar esses momentos e de me rir mesmo que não achasse piada, só para me deliciar a observar-te enquanto te esforçavas para me arrancares uma gargalhada.
Ainda assim, pior do que isto, muito pior do que as recordações, foi a quantidade de vezes que dei comigo a sonhar acordada contigo. Ralhava comigo própria, mas nem valia a pena, era sistemático - quando dava por isso, lá estávamos nós novamente, num futuro a médio prazo, tu com os braços à minha volta como antes, a beijares-me o ombro e o rosto, a venerares o cheiro da minha pele, eu a deliciar-me com o cheiro da tua, a tua voz grave e melodiosa no meu ouvido. Não existia mais nada, e eu estava contigo, era tudo o que importava. Dei voltas e voltas na cama, levei vezes sem conta as palmas das mãos aos olhos fechados, como se pressioná-los fizesse com que eu deixasse de ver-te ali. Até que desisti e deixei-te vaguear na minha mente enquanto quiseste, até te cansares, até me deixares em paz para que pudesse dormir e não sonhar sequer contigo.
Quero desesperadamente voltar a sentir-te, mas, acima de tudo, quero desesperadamente não te querer.
as contradiçoes surgem até nas recordaçoes
ResponderEliminarAdorei este post. Se eu dia descobrires a fómula de deixar de o querer passas-ma em segredo?
ResponderEliminarUm beijo
boas
ResponderEliminarolha se gostares de cinema, o post de amanha no meu estámine é um desafio acerca dos oscares
Tou com a Pipoca! Adorei!
ResponderEliminarBeijinhos
mas ja somos nos a fazer tudo pa.
ResponderEliminarum backup guy ? lol, que lindo.
Riga: é a mais pura das verdades...
ResponderEliminarPipoca: passo, juro que passo... beijinho grande*
Mary: obrigada :)*
diogo: são? desde quando? é que não tenho visto nada... lol. E não é giro? não tens uma backup girl? devias!
nao tens ? com que raio de homens te das tu ? :b
ResponderEliminartenho ate mais que uma .. mas .. pronto.