Já não se ama como antes. Que é feito do amor? Do amor a sério, do amor puro, do amor desmesurado, louco, quase palpável. O tipo de amor que nos faz querer saltar de pontes, dar o teu nome a uma rua, comprar-nos passagens de avião para o ponto mais distante do Mundo, ou mesmo para a Lua. Não, já ninguém ama assim. Hoje ama-se na mornidão, no medo. Porque entretanto se descobriu que amar dói e que é melhor andar em pezinhos de lã. Ama-se à superfície, sem que o amor nos chegue ao fundo do coração, sem que nos corra nas veias, sem que nos sufoque. Que é feito do amor? O amor absolutamente eterno, que não nos deixa duvidar, que nos faz saber a morte certa aquando da ausência do outro, que nos faz correr quilómetros sem parar só para chegar mais rápido. O amor que nos toma por inteiros, nos queima debaixo da pele, nos convence da absoluta necessidade do outro corpo, dos outros lábios, da outra pele. O amor com certezas, com futuros, sem ausências. O amor que nos faz largar tudo e lutar até à última réstia de força. E não vês que era só assim que eu queria que me amasses? Eu dar-te-ia o Mundo, se pudesse. Se isso te fizesse saberes o meu amor, eu dar-te-ia o Mundo. Mas não será já tarde demais para nós? Se tu nem saltas de pontes, se não me arrebatas com dois bilhetes de avião, se, vendo bem, não largaste tudo nem deste o meu nome a uma rua... Eu? Eu dar-te-ia o Mundo. Não vês?
terça-feira, 20 de julho de 2010
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O meu mal é não conseguir amar dessa forma 'intermédia', é não conseguir deixar espaços em branco no coração... Porque sim, é verdade que o amor «dói e que é melhor andar em pezinhos de lã».
ResponderEliminarGostei imenso, transborda emoções.
Beijinho querida
Adorei este post... é impressionante o quanto me identifico com a tua escrita!
ResponderEliminar*
Patrícia
são desencontros, sabes, da intensidade com que se ama. não quer dizer que ames mais, mas amas com tudo o que tens. e sofres mais, mas viver apaixonadamente implica isso. por isso acho que ainda vais ter uma rua com o teu nome, nem que seja só por uma madrugada, querida. mesmo assim, ainda há gente que não se cansa de amar grandemente.
ResponderEliminarNa minha óptica, não é como se ama, mas sim nos tempos em que vivemos... quer queiramos ou não afecta! Até um grande amor... :D
ResponderEliminarEstá muito bom, mesmo. Se calhar ainda há quem ame assim
ResponderEliminarJoana: acho que também padeço desse problema querida... amo por inteiro, com cada bocadinho do coração. Não sei ficar no intermédio, na meia distância. E é lixado... Obrigada* beijinho
ResponderEliminarPatrícia: muito obrigada! continua a aparecer... ;)
Girl in motion: sim, eu acho que não se trata de quantidade, mas sim da maneira como se ama, do sentir... é difícil amar grandemente nos dias que correm! beijinho
A minha essência: Concordo plenamente contigo... até os grandes amores se vêem adulterados hoje em dia... ;)
Diogo: desaparecido :) obrigada! será que há? vamos ser optimistas (ou nada realistas) acreditar que sim...
E de que serve amar assim, que adianta amar assim? Acabamos a sofrer por quem não merece...
ResponderEliminarPor ter amado tanto hoje vivo no buraco mais escuro do mundo.
Sonhadora: e as coisas boas que esse amor te trouxe, querida? Amar pode doer muito, mas tb pode fazer-nos tão felizes... será que não vale a pena? beijinho*
ResponderEliminarAndei a remodelar o blog. Bem, se calhar já não se encontra em qualquer lado, mas tu amas.
ResponderEliminarDiogo: tenho de passar lá então, pode ser que agora abra mais rápido...! a questão é que eu tb não amo assim, o "já não se ama como antes" tb me inclui a mim... parece que já ninguém ama desta forma. Como se disse acima, tem a ver com os tempos em que vivemos... já há uma data de coisas que importam mais do que o amor...
ResponderEliminarBem deve ter sido uma onda qualquer, porque o meu post foi escrito apenas um diazinho antes do teu :) infelizmente, fica-se pelo morno porque amar dói, e a maioria prefere proteger-se e viver pela metade. Mandem-me dores, desgostos, mas deixem-me viver a vida por inteiro!
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