Dear Cupid, next time hit both.









terça-feira, 30 de novembro de 2010

Be careful of my heart



Eu já me atirei de um avião. Já fiz mergulho a vários metros de profundidade depois de me terem dito "Sim aqui há tubarões de vez em quando... mas não te preocupes que eles só vêm no Inverno". Não tenho medo de ratos nem de cobras nem da grande (grandeee) maioria dos bichos. Não tenho medo de morrer, simplesmente não tenho. Ou seja, não tenho medo das coisas que a maioria das pessoas teme. Pensava eu. Até me lembrar de outra coisa. Lembrei-me disto hoje, ocorreu-me sob a forma de um pensamento: "Não há nada mais aterrador do que entregarmos o nosso coração." A ideia de o depositarmos nas mãos de alguém é assustadora. Ele fica ali, desprotegido, fora da caixa que é o nosso peito e que sempre o vai protegendo. À mercê da vontade do outro. E isto é simplesmente aterrador. Por muito bonitas que sejam as teorias de que o medo não deve impedir-nos de viver, a ideia de deixarmos o nosso coração, o nosso pobre, remendado e dorido coração de novo nas mãos de alguém é paralisante. Sabemos lá o que aquela pessoa vai fazer com ele? Sabemos lá se não vai deixá-lo cair e pisá-lo sem querer - ou, pior, atirá-lo ao chão e passar-lhe por cima porque nem se preocupou em tratar dele? Ou, pior ainda, muito pior, se a pessoa o devolve porque já não o quer? E depois, o que fazemos com um coração devolvido, usado e encolhido de tristeza e vergonha pela rejeição, destituído de orgulho e do carinho do outro? Cheio de amor para dar, mas um amor que se parece mais com lâminas afiadas a trespassá-lo do que com o calor que o amor deve causar no coração? Pensar nisto de manhã quase me deixou deprimida. Quase. Porque, depois, lembrei-me do resto. É que entregar o nosso coração tem tanto de assustador como de inevitável. Vamos sempre amar. Por muitas voltas que demos, por muito que tentemos evitar, eventualmente aparece alguém que nos pega de novo no coração. Com as duas mãos juntas em concha, e nós deixamos porque não conseguimos não deixar e porque sim, a frase cliché é verdade, o tempo cura e o medo não pode (mesmo) impedir-nos de viver. Pelo menos desta vez sabemos que, se o nosso coração cair de novo, ele vai curar-se. Porque já se curou antes. E entregamos o nosso coração.
E vale a pena.

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Adoro...

... apanhar pessoas a tirar macacos do nariz. Epá, o que eu me rio sozinha!

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Letter to the person you miss the most.

Like the deserts miss the rain.

Até não te ter, eu só conhecia aquelas saudades que temos de coisas que não vão voltar, de coisas que nós não esperamos ter de volta porque isso é impossível. Como aquelas brincadeiras de infância, ou como os nossos avós que já morreram, ou como a nossa professora preferida da escola primária. Esse tipo de saudade boa, porque vem sempre acompanhado de excelentes recordações de coisas que, apesar de terem ficado para trás, nos trazem sempre um sorriso, uma sensação de conforto porque as tivemos. Depois de ti, conheci a outra saudade. Aquela que temos de coisas que não vão voltar, mas que nós desejamos ardentemente que voltem. De coisas que estão no passado mas que na realidade não ficaram para trás, porque as trazemos ainda connosco a cada dia, de coisas que não voltam, não porque não podem, mas porque um de nós assim o quis e hoje é tarde demais para sermos o que fomos. Porque se essas coisas voltassem agora, coisas como as nossas mãos dadas ou a minha cabeça a descansar no teu peito de manhã, seriam só uma milionésima parte do que nós já fomos, e nós nunca iríamos ficar satisfeitos com isso. É como ter o Mundo num dia e depois ficar sem ele e darem-nos meia dúzia de países e ser suposto nós ficarmos contentes com isso - como, se já tivemos o Mundo? Como é que nós íamos ficar contentes com um bocadinho de nós, quando ambos sabemos tudo o que já fomos? Para isso, eu guardo a saudade. Fico com ela, assim, como tenho ficado, sempre no bolso ou no lado esquerdo do peito onde mora o coração que já foi só teu. Esta saudade, aquela das coisas que não voltam só porque as voltas que o mundo dá nos afastaram do que fomos, a saudade com que algumas pessoas aprendem a viver todos os dias e que eu acho que pode fazer parte de nós para sempre. A saudade a sério, a que eu tenho de ti.


#15 LETTER TO THE PERSON YOU MISS THE MOST

domingo, 21 de novembro de 2010

Há uma coisa que me irrita solenemente.

Olhar para o menu de um restaurante e ver a palavra "costoletas". Costoletas?? Isso vem de onde, das costolas?? É alguma parte nova do corpo que eu desconheço? Costeletas, pessoas, c-o-s-t-e-l-e-t-a-s. Das costelas. É simples. Chiça...

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Em modo "Não quero saber"

Não quero saber da música foleira que dá na rádio nem da que os meus cds passam porque, na realidade, não estou a ouvi-la. Não quero saber do quanto canto mal porque eu canto na mesma, alto, e também danço, atrás do volante. Não quero saber das minhas figuras quando tenho os phones nos ouvidos e dou por mim já a cantar em voz alta no meio da sala da musculação do ginásio, e nem me importo que me achem meio maluquinha. Não quero saber se chove ou se faz frio ou sol ou vento ou o que for, porque isso não me altera minimamente o estado de espírito. Não quero saber se já comi um milka e um kit kat hoje, porque engordar é a última coisa que me preocupa neste momento - na verdade, nada me preocupa neste momento. Não quero saber se tenho um trabalho que é uma seca descomunal, porque se começar a divagar em pensamento (e tanto que eu faço isso ultimamente), as horas passam num instante. Não quero saber se só durmo duas horas, se for pelos motivos certos vale totalmente a pena. E nem quero saber dos contornos da tua história, porque às vezes a ignorância é mesmo uma benção, e eu, neste momento, sou feliz a chafurdar na minha ignorância.

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Odeio, odeio, odeio....

... sonhar contigo.
E depois acordar e perceber que tu não estás ali.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Letter #13 - Desculpa, amor.

Desculpa. Sim, é só isto que quero dizer-te agora - desculpa. Eu sei que os teus olhos eram meus e como as nossas mãos encaixavam, bem como os nossos corações - eu sei, amor, eu sei. E, por isso, eu espero que me perdoes. Espero que um dia possas perdoar a coragem que tive para proferir aquelas palavras, para te dar aquele abraço, para te chorar o adeus nos ombros e para, pela última vez na minha vida, encostar os lábios aos teus. Espero que perdoes a força de que precisei para apenas te olhar, quando tudo o que eu queria era enterrar a cara no teu pescoço, inspirar fundo o cheiro da tua pele e confessar-te que afinal sim, que afinal ainda te amava, que afinal eu não queria ser feliz sem ti, que preferia ser miserável contigo. Espero que perdoes todas as vezes em que me tocaste o rosto com as mãos, me dirigiste um olhar triste e eu apenas me afastei, partindo-te o coração mais uma vez, uma e outra vez. Espero que me perdoes não ter conseguido mudar contigo, não ter tido mais fé em nós e não ter visto a tua fé e que ela podia ter sido suficiente, não ter sido capaz de ficar, de simplesmente ficar, de mãos dadas e de olhos postos e para sermos um só. Desculpa, amor, desculpa... Espero que me perdoes, por não ter corrido para ti e não ter sido capaz de sonhar mais alto quando, afinal, sonhar contigo era tudo o que eu queria. Mas eu matei os nossos sonhos. Desculpa, amor. Desculpa...

#13 - LETTER TO SOMEONE YOU WISH COULD FORGIVE YOU